BNDES começa a receber pedidos de crédito de produtores rurais impactados por perdas de safra

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abriu o protocolo para receber os pedidos de crédito no âmbito do Programa BNDES para Liquidação de Dívidas Rurais. Com orçamento de R$ 12 bilhões do governo federal, o objetivo do programa é auxiliar a retomada da capacidade econômica e apoiar a recuperação dos produtores agropecuários que registraram perdas significativas de safra.

As operações poderão ser realizadas por meio da rede de instituições financeiras parceiras credenciadas ao BNDES. Com orçamento de R$ 12 bilhões, prazo de até 9 anos, incluindo até 1 ano de carência, o Programa tem como objetivo apoiar produtores rurais, associações, condomínios rurais e cooperativas agrícolas localizados em municípios que, entre 2020 e 2024, tiveram a declaração de estado de calamidade pública ou de situação de emergência reconhecidas pelo Governo Federal, em decorrência de eventos climáticos adversos. 

“O BNDES é o principal agente do Governo Federal para a execução de políticas públicas de crédito de longo prazo no país. Assim como ocorreu no Rio Grande do Sul, com empresas afetadas pelos extremos climáticos, o Banco oferece aos produtores rurais alívio econômico, para garantir a continuidade da atividade produtiva no campo, especialmente para agricultores familiares e médios produtores, que têm papel central na segurança alimentar e no desenvolvimento regional”, afirma Maria Fernanda Coelho, diretora de Crédito Digital para MPMEs e Gestão do Fundo do Rio Doce.

Foto: Pixabay / Pexels.com

Serão elegíveis para a utilização do Programa operações de crédito rural de custeio e investimento e Cédulas de Produto Rural – CPRs contratadas até 30 de junho de 2024 por produtores rurais que tiveram perdas de mais de 30% em duas ou mais safras, no período de 2020 a 2025, e que estejam localizados em municípios que tenham registrado perdas de mais de 20% em duas de suas principais atividades agrícolas no mesmo período. 

Ao menos 40% dos recursos estão reservados para produtores beneficiários do Programa Nacional de Agricultura Familiar – Pronaf e do Programa Nacional de Apoio aos Médio Produtores – Pronamp, segmentos mais vulneráveis aos efeitos das perdas de safra.

Silos e armazéns de grãos podem se modernizar com linha de financiamento de R$ 12 bilhões do BNDES

O Governo Federal anunciou uma nova linha de crédito de R$ 12 bilhões voltada à modernização industrial e à difusão de tecnologias 4.0. A iniciativa, articulada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), pretende impulsionar o uso de máquinas e equipamentos que integrem robótica, inteligência artificial, computação em nuvem, sensoriamento e comunicação máquina a máquina (IoT).

O objetivo é elevar a produtividade e atualizar o parque fabril brasileiro, ainda dependente de maquinário antigo — com idade média de 14 anos, segundo estudos do setor. A linha Crédito Indústria 4.0, do BNDES, responde por R$ 10 bilhões do total. Com taxas que combinam TR e juros de mercado, o financiamento permitirá acesso a crédito com custo máximo de 8,5% ao ano, redução média de 6% em relação às linhas tradicionais.

Impacto no agronegócio e nas cooperativas

No setor agroindustrial, a nova linha abre espaço para modernizar estruturas de armazenagem e processamento de grãos, incorporando tecnologias digitais e sistemas de automação que aumentam a eficiência e reduzem perdas.

Segundo Everton Rorato, diretor comercial da PCE Engenharia, que desenvolve soluções de automação para silos e armazéns, a nova linha chega em um momento estratégico: “O campo e a indústria precisa de ferramentas tecnológicas para ganhar eficiência. As cooperativas, armazenadores e fabricantes poderão financiar a automação de seus silos e armazéns e, com isso, reduzir custos e elevar a qualidade do grão armazenado”, afirma.

Com o início das aprovações, a expectativa é de que a medida estimule uma nova onda de modernização, conectando o setor produtivo às práticas da Indústria 4.0 e ampliando a competitividade da economia brasileira.

Foto: Mark Stebnicki / Pexels.com