Exército, Aeronáutica e Marinha, além de universidades federais e prefeituras, estão com chamadas públicas abertas para a aquisição de alimentos produzidos pela agricultura familiar. Ao todo, 16 órgãos – distribuídos por Pará, Rondônia, Rio Grande do Norte, Bahia, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul – vão investir mais de R$ 20 milhões. Os processos de compra integram o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).
Serão adquiridos itens como frutas, verduras, queijos, doces, biscoitos, carnes e sucos, entre outros. Tudo produzido por pequenos agricultores e cooperativas da agricultura familiar. A Coordenadora Geral de Aquisição e Distribuição de Alimentos do Ministério do Desenvolvimento Social, Hetel Santos explica como os interessados podem participar. “É importante que a agricultores familiares desses Estados busquem no portal de compras da agricultura familiar os editais para entender os prazos e quais são os alimentos que esses órgãos estão procurando e especificações técnicas para fazer boas propostas de venda e acessar esse novo mercado.”
Os prazos para envio das propostas encerram em diferentes datas. Para acompanhar os editais é só acessar o Portal de Compras da Agricultura Familiar. A legislação determina que pelo menos 30% dos alimentos adquiridos para abastecer órgãos federais venham da agricultura familiar. Cada agricultor familiar pode vender até o limite de 20 mil reais, por ano, para cada órgão comprador. Já para as cooperativas ou associações, o limite é de seis milhões de reais por ano, por órgão comprador.
Região Sul – Rio Grande do Sul e Paraná vão investir, juntos, mais de R$ 15 milhões na compra de alimentos da agricultura familiar. Unidades do Exército e da Aeronáutica comprarão itens como frutas, legumes e carnes, entre outros. Neste link é possível acessar todas as chamadas abertas, por região, no país.
Editais com foco na agricultura familiar somam mais de R$ 20 milhões (Foto: Divulgação)
Autoridades sul-africanas concluíram os requisitos e aprovaram o modelo de Certificado Fitossanitário para a importação de mangas do Brasil. De acordo com a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é mais uma opção de mercado para os produtores brasileiros no exterior.
As negociações técnicas, por meio do Departamento de Sanidade Vegetal (DSV), da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA/Mapa), para a abertura do mercado sul-africano transcorriam desde 2015. A SRI trabalha para alcançar a meta de elevar a participação brasileira no agronegócio mundial a 10% até 2022. Atualmente, o mercado mundial do agro situa-se em cerca de US$ 1,2 trilhão.
Em 2017, o Brasil exportou US$ 630 milhões de produtos do agronegócio para a África do Sul, o que colocou o país africano como o 27º maior importador de produtos do agro brasileiro. Os principais itens exportados pelo Brasil para ao país foram carne de frango (US$ 257 milhões) e açúcar (US$ 155 milhões).
As exportações brasileiras de manga chegaram a US$ 205 milhões, em 2017, sendo que 77% do produto foram destinados a países da União Europeia.
No ano passado as exportações do produto alcançaram US$ 205 milhões, sendo 77% do produto destinados ao mercado europeu (Foto: Divulgação / Codevasf)
Dezessete produtos da agricultura familiar terão direito a descontos nas parcelas de financiamento junto ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Os bônus valem até 9 de agosto deste ano.
O benefício é concedido sempre que o valor de mercado dos produtos contemplados no Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF) fica abaixo do preço de garantia, cujo principal parâmetro são os custos de produção elaborados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Os maiores descontos são para o feijão caupi, sendo 68% em Mato Grosso e 54% no Maranhão, para o maracujá, 57% em Sergipe, e para a amêndoa de babaçu, com abatimento de 50% no Tocantins. Outros produtos que também têm direito ao bônus são: açaí, alho, arroz, banana, borracha natural, cacau, cana-de-açúcar, cará, leite, manga, mel, raiz de mandioca e sorgo.
O objetivo do Pronaf é financiar a implantação, ampliação ou modernização das estruturas de produção, beneficiamento e indústrias no meio rural e em áreas comunitárias rurais.
Na segunda semana de julho de 2018, a balança comercial registrou superávit de US$ 1,435 bilhão, resultado de exportações no valor de US$ 5,016 bilhões e importações de US$ 3,581 bilhões. No mês, as exportações somam US$ 9,356 bilhões e as importações, US$ 6,899 bilhões, com saldo positivo de US$ 2,457 bilhões. No ano, as exportações totalizam US$ 123,068 bilhões e as importações, US$ 90,678 bilhões, com saldo positivo de US$ 32,389 bilhões.
A média das exportações da segunda semana chegou a US$ 1,003 bilhão, 15,5% acima da média de US$ 867,9 milhões da 1ª semana, em razão do aumento nas exportações de produtos básicos (27,6%, de US$ 501,1 milhões para US$ 639,4 milhões, por conta de petróleo em bruto, carne bovina, soja em grãos, castanha de caju, milho em grãos, minério de ferro) e de produtos semimanufaturados (20,1%, de 109,6 milhões para US$ 131,6 milhões, por conta de celulose, ouro em formas semimanufaturadas, ferro fundido, semimanufaturados de ferro e aço, madeira em estilhas, estanho em bruto). Por outro lado, caíram as vendas de produtos manufaturados (-11,2%, de US$ 248,6 milhões para US$ 220,8 milhões, em razão de laminados planos de ferro e aço, automóveis de passageiros, cobre em barras, perfis, fios, etc, tratores, etanol, motores para automóveis).
Do lado das importações, houve aumento de 8%, sobre igual período comparativo (média da segunda semana, US$ 716,3 milhões, sobre a média da primeira semana, US$ 663,5 milhões), explicada, principalmente, pelo aumento nos gastos com equipamentos mecânicos, veículos automóveis e partes, siderúrgicos, adubos e fertilizantes, combustíveis e lubrificantes.
Mês
Nas exportações, comparadas as médias até a segunda semana de julho deste ano (US$ 935,2 milhões) com a de julho do ano passado (US$ 893,3 milhões), houve crescimento de 4,7%, em razão do aumento na venda de produtos básicos (43,3%, de US$ 397,9 milhões para US$ 570,3 milhões, por conta de soja em grãos, petróleo em bruto, carne bovina e de frango, farelo de soja, minério de ferro e minério de cobre). Por outro lado, houve retração nas vendas de produtos manufaturados (-33,3%, de US$ 351,7 milhões para US$ 234,7 milhões, por conta de plataforma para extração de petróleo, aviões, automóveis de passageiros, açúcar refinado, veículos de carga, tubos flexíveis de ferro e aço) e de produtos semimanufaturados (-2,7%, de US$ 124,0 milhões para US$ 120,6 milhões, por conta de açúcar em bruto, couros e peles, ouro em formas semimanufaturadas, ferro-ligas, alumínio em bruto, ferro fundido). Relativamente a junho de 2018, houve retração de 2,8%, em virtude da queda nas vendas de produtos manufaturados (-32,1%, de US$ 345,5 milhões para US$ 234,7 milhões) e semimanufaturados (-13,0%, de US$ 138,6 milhões para US$ 120,6 milhões), enquanto cresceram as vendas de produtos básicos (25,2%, de US$ 455,4 milhões para US$ 570,3 milhões).
Nas importações, a média diária até a segunda semana de julho de 2018, de US$ 689,9 milhões, ficou 16,2% acima da média de julho de 2017 (US$ 594,0 milhões). Nesse comparativo, cresceram os gastos, principalmente, com produtos farmacêuticos (37,4%), veículos automóveis e partes (34,1%), químicos orgânicos e inorgânicos (18,9%), equipamentos mecânicos (14,7%) e combustíveis e lubrificantes (14,2%). Em relação a junho de 2018, houve crescimento nas importações de 1,2%, pelo aumento em bebidas e álcool (36,6%), cereais e produtos da indústria da moagem (21,3%), combustíveis e lubrificantes (14,3%), filamentos e fibras sintéticas e artificiais (10,7%) e adubos e fertilizantes (10,6%).
No acumulado do ano, balança comercial brasileira tem saldo positivo de US$ 32 bilhões
1. A Conab atualizou a produção de grãos para 228,5 milhões de toneladas, uma redução de 3,9% ou 9,2 milhões de toneladas, em comparação com a safra passada. Por sua vez, a expectativa para a área é de 61,6 milhões de hectares, a maior já registrada. A queda se deve aos impactos climáticos que refletiram numa nova estimativa de produtividade para o milho segunda safra. A soja é destaque positivo com uma produção que pode chegar a 118,9 milhões de toneladas. Também registraram aumento o algodão em pluma, o feijão segunda safra e o trigo, quando comparados com a safra anterior.
2. Consulta pública visa estabelecer normas de boas práticas de manejo nas granjas de suínos de criação comercial. O prazo para o envio de sugestões é de 90 dias. Os argumentos devem devem ser enviados para o e-mail: comissao.bea@agricultura.gov.br.
3. Na primeira semana de julho de 2018, com cinco dias úteis, a balança comercial registrou superávit de US$ 1,034 bilhão, resultado de exportações no valor de US$ 4,352 bilhões e importações de US$ 3,318 bilhões. No ano, as exportações somam US$ 118,064 bilhões e as importações, US$ 87,097 bilhões, com saldo positivo de US$ 30,967 bilhões.
4. A empresa sueca DeLaval apresentou um novo sistema de ordenha. Denominado DeLaval VMS™ V300, o mecanismo tem uma interface de usuário que permite o acesso à informação e acesso remoto do sistema. O potencial de ordenha é de mais de 3.500 kg de leite por dia. Mais informações no site da empresa.
Novo sistema de ordenha DeLaval VMS™ V300. (Foto: Divulgação)
com informações da Rede de Especialistas de Conservação da Natureza
Com a derrota diante da Bélgica, o Brasil se despediu da Copa do Mundo da FIFA na Rússia adiando o hexacampeonato. Mas, se no futebol o sexto título terá que esperar mais quatro anos, longe dos gramados o país acumula outras vitórias igualmente importantes e chama a atenção do mundo por características naturais únicas e grande biodiversidade. Conheça alguns recordes que já deram o hexa ao Brasil:
1. Maior floresta tropical úmida
A Amazônia é a maior floresta tropical úmida do Planeta, com 3,6 milhões de km² de área apenas no Brasil, o equivalente ao tamanho de 11 países europeus juntos: Inglaterra, Bélgica, Croácia, França, Polônia, Espanha, Alemanha, Itália, Suécia, Finlândia e Noruega. Em sua dimensão total, a floresta chega a 6,5 milhões de km², ocupando nove países, mas com a maior parte – cerca de 40% – em solo brasileiro. No Brasil, ela está presente nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e pequena parte dos estados do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.
A floresta amazônica corresponde a 1/3 das reservas de florestas tropicais úmidas, armazenando 20% da quantidade de água doce que existe no mundo e um estoque de minérios incalculado até o momento. Além disso, são mais de 2.500 espécies de árvores, 30 mil espécies de plantas registradas; três mil espécies de peixes; 950 tipos de aves; além de inúmeros insetos, répteis, anfíbios e mamíferos.
2. Maior bacia hidrográfica e maior rio
A bacia amazônica é a maior bacia hidrográfica do mundo: cobre cerca de 6 milhões de km² e tem 1.100 afluentes. Seu principal rio, o Amazonas, corta a região para desaguar no Oceano Atlântico, lançando ao mar cerca de 175 milhões de litros d’água a cada segundo.
Seu principal rio, o Amazonas, também é o maior do mundo, tanto em comprimento, com 6.937 quilômetros, quanto em volume, sendo responsável por 1/5 do volume total de água doce que deságua em oceanos em todo o mundo, com 175 milhões de litros d’água por segundo.
3. Savana mais rica do mundo
Ao falar de Savana, muita gente lembra imediatamente do território africano, com a presença de grandes animais e formação vegetal característica. Mas o Brasil sai na frente quando o assunto é biodiversidade. O Cerrado, bioma que ocupa cerca de 22% do território nacional, é considerado a Savana mais rica do mundo.
De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, no Cerrado são encontradas 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas. A região também é habitat de inúmeros animais. “Somente no Distrito Federal, há mais espécies de anfíbios que em toda a Europa. Se pensarmos em diversidade de herbáceas, o Cerrado ganha de goleada de qualquer outra Savana do planeta”, explica o biólogo, professor da Universidade de Brasília e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, Reuber Brandão.
“Muitas vezes admiramos a Savana africana com os elefantes, zebras e outros grandes animais e não percebemos que no Cerrado brasileiro a riqueza está nos detalhes que se revelam para quem tem paciência de observar”, complementa. O especialista ressalta que essa grande diversidade biológica corre perigo, uma vez que o Cerrado sofre com a degradação. “Temos que parar de olhar tanto para os gramados dos campos de futebol e prestar mais atenção nos campos de gramíneas que temos nas veredas do Cerrado. Se acabarmos com o bioma, vamos perder grande parte daquilo que nos torna brasileiro”, finaliza.
4. Maior planície alagável
Considerada a maior extensão de inundação contínua do planeta, o Pantanal abriga, segundo o Ministério do Meio Ambiente, 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos. Segundo o biólogo, professor da Universidade de Brasília e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, Reuber Brandão, a fauna é adaptada ao ritmo de cheias e vazantes característicos do bioma que também concentra uma das maiores densidades de predadores da América do Sul, com a presença de onças pintadas, jacarés e onças pardas.
De acordo com o especialista, o bioma é fortemente impactado com a ocupação humana. “As tentativas de avançar dentro do território geram interferências no sistema de cheias e vazantes. Os métodos de drenagem que facilitam a ocupação humana modificam todo o sistema de inundações, impactando a fauna e a flora que dependem do ciclo natural”, analisa.
Para Brandão, é possível reverter o impacto, sendo necessário aumentar as áreas de proteção. “Contrastando com a grande diversidade do Pantanal, temos uma cobertura de Unidades de Conservação (UCs) muito aquém do que o bioma necessita. Na região, temos apenas o Parque Nacional do Pantanal, que precisa ser ampliado urgentemente, incorporando áreas como a Serra do Amolar”, finaliza.
5. Maior praia
Localizada no município de Rio Grande (RS), a Praia do Cassino tem, segundo a Secretaria de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul (Sedactel), 254 km de extensão. A orla inicia nos Molhes da Barra do Cassino e termina nos Molhes do Chuí, na fronteira com o Uruguai. De acordo com a Sedactel, durante o período de alta temporada, o balneário chega a receber mais de 150 mil turistas do Brasil e demais países da América do Sul. Entre as principais atividades realizadas pelos visitantes estão a caminhada pela orla, a observação de animais marinhos e aves migratórias e a prática de esportes náuticos como surf. A praia também abriga ruínas do navio Altair, encalhado no local desde 1976 e que se transformou em atração turística.
6. Campeão no quesito “país megadiverso”
Dos 193 países que existem no mundo, 17 concentram entre 60% e 80% da vida na terra, e o Brasil se encontra no topo da lista. A classificação de “país megadiverso” é baseada no trabalho do biólogo Russel Mittermeier, descrito no livro “Megadiversity: Earth’s Biologically Wealthiest Nations” (“Megadiversidade: As nações mais ricas biologicamente da Terra”), publicado pela Conservation International em 1997. Diversos países da América estão presentes na lista por possuírem muitas áreas naturais ainda intactas, como é o caso do Brasil, Colômbia, México, Venezuela, Equador, Peru e Estados Unidos. Os demais países da lista são África do Sul, Madagascar, República Democrática do Congo, Indonésia, China, Papua Nova Guiné, Índia, Malásia, Filipinas e Austrália.
Com 8,5 milhões de km², o território brasileiro ocupa quase metade da área total da América do Sul e engloba diversos tipos de climas, do úmido ao semi-árido, resultando em diversos tipos de biomas dentro de um só país: a Mata Atlântica, o Pantanal, o Cerrado, a Caatinga, os Pampas e a Amazônia. Sem contar a zona costeira brasileira que, ao longo de seus 3,5 milhões de km², inclui ecossistemas como recifes de corais, lagoas, estuários, pântanos, manguezais e dunas. “O Brasil abriga mais de 20% de toda a variedade de espécies presentes na Terra e esse é um tesouro de valor inestimável. A diversidade biológica não deve ser vista apenas pela utilidade direta que esses organismos vivos podem trazer ao ser humano – por isso, é fundamental envolver a sociedade e trabalhar o conceito de serviços ecossistêmicos, ressaltando todos os benefícios que o funcionamento dos ecossistemas produzem, como água limpa, ar puro, polinização, solos férteis, controle de erosão, proteção contra eventos climáticos extremos (como furacões, ciclones, tufões, secas extremas, inundações) e desastres naturais (como tsunamis)”, ressalta o gerente de Economia da Biodiversidade na Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, André Ferretti.
Sobre a Rede de Especialistas
A Rede de Especialistas de Conservação da Natureza é uma reunião de profissionais, de referência nacional e internacional, que atuam em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
Como forma de manter o crescimento da agropecuária, o Plano Safra do Banco do Brasil terá R$ 103 bilhões disponíveis aos produtores na safra de 2018 e 2019. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (04/07), pelo presidente da instituição financeira, Paulo Caffarelli.
Desse montante, R$ 11,5 bilhões serão reservados para empresas do setor e R$ 91,5 bilhões em crédito rural aos produtores e cooperativas, sendo R$ 72,8 bilhões para operações de custeio e comercialização e R$ 18,7 bilhões para investimentos.
Segundo Caffarelli, o número representa um aumento de 21% na comparação com as linhas disponibilizadas pelo banco na safra passada.
Além disso, as taxas do programa para todas as linhas tiveram redução de 1,5 ponto percentual e programas como o Pronamp – destinado ao produtor médio – e o Pronaf – destinado a pequenos agricultores – terão um reforço de R$ 14,3 bilhões e R$ 13,1 bilhões nessa safra, respectivamente.
De acordo com o Banco, para o Moderfrota, programa de modernização de bens de capital no agronegócio, a estimativa é aplicar R$ 1,1 bilhão para operações de investimento.
Mais de 2,5 milhões de toneladas anuais de alimentos que seriam descartados por ano são aproveitados na fabricação de ração. A indústria de pet food utiliza farinha de trigo, milho e arroz quebrados na composição de alimentos para animais domésticos, desde que estejam preservados os níveis adequados de proteínas, vitaminas e minerais.
“É um importante papel da indústria de pet food esse aproveitamento de matéria prima, desprezado pelo consumidor apenas pelo seu aspecto visual. É o que chamamos de sobra de mesa”, diz o engenheiro agrônomo José Edson Galvão de França, presidente da Câmara Setorial de Animais de Estimação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da AbinpetT (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação).
Da composição de 90% a 95% da ração, 60% é composta por grãos, e entre 25% e 30% são de origem animal. “Estamos aproveitando o que seria inservível e produzindo alimentação balanceada para os animais, evitando doenças e contribuindo com a qualidade de vida das famílias”, observa França.
E esses produtos contribuem para movimentar a economia. Mais de 132 milhões de animais de estimação vivem em lares brasileiros, segundo dados do IBGE, fazendo com que o segmento de produtos pet fature R$ 20,37 bilhões, o equivalente a 0,38% do PIB (Produto Interno Bruto). O dado é do ano passado, quando o crescimento foi de 4,95% sobre 2016.
Para alimentar e cuidar dos pets, a cadeia de produção e serviços do segmento inclui, além de pet food (alimentos), pet vet (produtos veterinários), pet care (equipamentos, acessórios, produtos de higiene e beleza animal) e pet serv (serviços). Pet food lidera o faturamento, tendo representado nos últimos anos quase 70% desse mercado, formado por 52 milhões de cães, 38 milhões de aves, 22 milhões de felinos e 18 milhões de peixes.
No mundo, o Brasil ocupa o quarto lugar entre os maiores criadores de animais domésticos. Em primeiro lugar, está a China (289 milhões), depois Estados Unidos (226 milhões), e o Reino Unido (146 milhões). A população mundial é de 1,56 bilhão.
Os Estados Unidos lideram a produção para atender o mercado (42,2%), seguidos pelo Reino Unido (5,8%). O Brasil é o terceiro maior produtor com 5,14%. A produção brasileira de 2,66 milhões de toneladas é direcionada especialmente para atender ao mercado interno, mas a exportação, que tem aumentado a cada ano, atingiu em 2017 US$ 210,1 milhões.
As famílias e seus animais de estimação movimentam as finanças de 33,1 mil pet shops, 80 mil pontos de vendas e 700 mil empregos.
“O brasileiro não deixa de comprar os produtos, mesmo em momento de crise econômica”, segundo França. As necessidades básicas do pet são incluídas no orçamento doméstico. Mas o aumento de volume de negócios, em 2017, foi influenciado por produtos mais baratos. O que se explica em função da criação de animais de estimação estar concentrada nas classes C e D, que normalmente têm maiores perdas de renda nesses períodos mais difíceis da economia.
Manual Pet Food
A Associação presidida por França é referência técnica para informações sobre a indústria e o comércio de animais de estimação. Duas publicações são fontes de consulta. O Painel Pet coleta dados atualizados das empresas. O Manual Pet Food Brasil é um guia de boas práticas utilizado por fabricantes de alimentos. O manual contém informações sobre padrões técnicos e de qualidade de matérias-primas, parâmetros nutricionais, metodologias analíticas e condições ideais de produção para garantir alimentos seguros. A periodicidade é bienal.
Indústria utiliza farinha de trigo, milho e arroz quebrados com nutrientes e que são desprezados pelo aspecto visual (Foto: Divulgação)