Projeto “Florestas e Comunidades: Amazônia Viva” busca fortalecer sociobiodiversidade e agricultura familiar

O Governo Federal, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e dos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, lançou o projeto “Florestas e Comunidades: Amazônia Viva”.

Foto: Tom Fisk / Pexels.com

A iniciativa, que contará com investimento de R$ 96,6 milhões e será financiada com recursos do Fundo Amazônia, vai apoiar o fortalecimento de sistemas socioprodutivos e a ampliação do acesso a mercados de alimentos e produtos da sociobiodiversidade e da agricultura familiar de base sustentável na Amazônia, com ênfase em suprir gargalos de logística, beneficiamento, armazenamento e adequação sanitária e o fortalecimento do PAA e do Sociobio Mais.

Com recursos do Fundo Amazônia, o programa vai financiar a aquisição de equipamentos e infraestrutura para impulsionar a comercialização de produtos da floresta em mercados consumidores. Entre as ações possíveis estão a compra de lanchas, a instalação de silos secadores e outras estruturas voltadas ao escoamento e beneficiamento de produtos como pirarucu, borracha, cacau, cupuaçu, entre outras riquezas da região.

Com foco direto na geração de renda, valorização cultural e manutenção da floresta em pé, o projeto beneficia agricultores familiares, incluindo povos indígenas, quilombolas e extrativistas, impulsionando cadeias produtivas sustentáveis em toda a região amazônica.

Governo libera R$ 12 bilhões para produtores rurais afetados por tragédias climáticas

Em uma medida que promete dar fôlego ao campo, o Governo Federal anunciou a liberação de R$ 12 bilhões em crédito para produtores rurais pequenos, médios e grandes, que tiveram suas lavouras prejudicadas por tragédias climáticas nos últimos anos. O programa deve alcançar cerca de 100 mil agricultores, incluindo 96% dos pequenos e médios produtores com dívidas em atraso ou renegociadas.

A iniciativa busca evitar o abandono do campo e garantir a continuidade da produção, especialmente em um contexto de mudanças climáticas cada vez mais frequentes e severas.

Como funciona a linha de crédito

O pacote prevê diferentes condições de acordo com o porte do produtor:

  • Agricultura familiar (Pronaf): até R$ 250 mil, com juros de 6% ao ano
  • Médios produtores (Pronamp): até R$ 1,5 milhão, com juros de até 8% ao ano
  • Demais produtores: até R$ 3 milhões, com juros de até 10% ao ano
  • Acima de R$ 3 milhões: condições definidas pelas instituições financeiras, considerando fluxo de caixa debilitado

Além disso, o crédito terá carência de um ano e prazo de pagamento de até oito anos, incluindo a possibilidade de quitar dívidas em atraso e Cédulas de Produto Rural (CPR) registradas até junho de 2024.

Impacto das tragédias climáticas

O programa vem em resposta a eventos extremos que abalaram o setor, como as enchentes no Rio Grande do Sul em maio de 2024, consideradas a maior catástrofe climática do estado, com perdas bilionárias na agricultura e pecuária. Para especialistas, essas medidas não são apenas emergenciais, mas estratégicas, garantindo que os produtores continuem investindo e produzindo mesmo diante de riscos crescentes.

Gustavo Zanon, CEO da Seguralta, avalia a iniciativa como fundamental não só para dar fôlego imediato, mas também para reforçar a importância da proteção no campo. “O acesso ao crédito garante que o produtor mantenha sua atividade no campo, reorganize suas contas e preserve sua renda, mesmo em momentos de dificuldade. É uma forma de dar fôlego imediato e condições reais para que a produção continue ativa”, afirma.

O que representa para o setor

O pacote representa um alívio financeiro imediato, evita que produtores abandonem o campo e garante continuidade produtiva, mantendo empregos e segurança alimentar. Para o setor, é também uma oportunidade de modernização e planejamento estratégico, estimulando investimentos em tecnologias e práticas mais sustentáveis. “Quando o produtor tem acesso a crédito estruturado e condições reais de pagamento, ele planeja, investe e protege sua produção. Isso garante continuidade no campo e fortalece toda a cadeia do agronegócio”, conclui Gustavo Zanon.