Imposto Territorial Rural 2025: prazo para entrega termina em 30 de setembro

Produtores rurais de todo o Brasil devem enviar a Declaração de Imposto Territorial Rural (ITR) 2025 até o dia 30 de setembro. A Receita Federal trouxe algumas novidades para este ano que tornam o preenchimento correto ainda mais relevante, especialmente para aqueles que adquiriram imóveis rurais recentemente. O ITR é obrigatório para todos que possuem propriedade ou posse de imóveis rurais, independentemente do tamanho da propriedade e serve não apenas para cálculo de tributos, mas também como documento de referência para futuras operações, incluindo venda de imóveis e apuração de ganho de capital.

Entre as mudanças, destaca-se a possibilidade de envio digital da declaração diretamente pelo site da Receita Federal, permitindo maior praticidade e rapidez para produtores e empresas. Para pessoas jurídicas proprietárias de imóveis rurais, o envio exige certificado digital, garantindo maior segurança e autenticidade no processo. Outra questão que merece atenção é o valor da terra nua, que deve ser lançado conforme a tabela de cada prefeitura, que define três faixas de valores. A Receita Federal fiscaliza esses valores em parceria com os municípios e erros ou divergências podem gerar multas e ajustes futuros.

Para imóveis que já possuem registro no Cadastro Ambiental Rural (CAR), as áreas de reserva legal são automaticamente consideradas, o que dispensa o lançamento do recibo do ADA, o Ato Declaratório Ambiental. Essa atualização simplifica o preenchimento e reduz a burocracia para quem já cumpre a obrigatoriedade do CAR. Além disso, o ITR continua dividido em duas seções principais: a primeira é o cadastro do imóvel, com informações sobre endereço, área, registro e proprietário, e a segunda é o cálculo do imposto, que engloba os valores de tributo a pagar, aplicação de deduções e eventuais compensações. “O preenchimento correto evita problemas futuros e garante o aproveitamento de benefícios fiscais”, afirma Viviane Morales, advogada e diretora administrativa da Lastro  Agronegócios, empresa especializada em consultoria tributária. Ela reforça que uma atenção especial deve ser dada aos dados cadastrais do imóvel, à classificação das áreas e aos valores lançados, pois inconsistências podem gerar questionamentos da Receita Federal.

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Um ponto estratégico do ITR diz respeito à utilização do valor declarado para fins de ganho de capital em futuras vendas de imóveis rurais. Produtores que adquiriram imóveis em 2025 e realizarem a declaração corretamente poderão utilizar o valor informado como base de cálculo, evitando tributação elevada no momento da venda. Essa prática é fundamental para o planejamento tributário de quem mantém propriedades por longos períodos. Além disso, o ITR permite que produtores rurais aproveitem outros benefícios, como descontos e deduções vinculadas a áreas de preservação e reserva legal, caso estejam devidamente cadastradas no CAR e facilita o acesso a programas governamentais de incentivo à agricultura sustentável. “Para quem comprou imóvel este ano, o ITR é uma ferramenta essencial de planejamento tributário e gestão de patrimônio”, acrescenta Gustavo Venâncio, diretor comercial da Lastro.

A recomendação para produtores é não deixar a entrega para os últimos dias, garantindo tempo suficiente para revisar informações, conferir documentos e evitar erros que possam gerar multas ou questionamentos futuros. Produtores podem acessar o site da Receita Federal para enviar a declaração, consultar formulários, verificar orientações detalhadas e acompanhar mudanças específicas para o ano de 2025.

Manejo eficiente no embarque e transporte contribui para a qualidade da carne

O embarque de animais para o transporte até o frigorífico exige planejamento cuidadoso para que a qualidade da carne não seja comprometida. Ambiente tranquilo, equipe treinada, veículo adequado e condução correta são fatores que contribuem tanto para um produto final de melhor padrão quanto para a manutenção da rentabilidade da fazenda.

A Instrução Normativa n°56/2008, do Ministério da Agricultura e Pecuária, estabelece que o bem-estar dos animais de produção deve ser preservado em todas as etapas da vida. No transporte, isso significa reduzir o estresse e evitar contusões ou sofrimentos desnecessários.

“O manejo inadequado no embarque pode impactar negativamente a carne. O estresse, por exemplo, reduz o glicogênio muscular, altera o rigor mortis e resulta em cortes mais escuros, duros e secos”, explica o zootecnista e diretor técnico comercial da Connan, Bruno Marson.

A preparação começa dias antes do carregamento. Nesse período, recomenda-se que os animais sejam mantidos tranquilos, acostumando-se ao contato humano e à movimentação. Dessa forma, no dia do embarque, entram espontaneamente no caminhão, sem necessidade de força, correria ou gritos — situações que aumentam o risco de hematomas, escoriações e acidentes. Estudos mostram que lesões sofridas até dez dias antes do abate ainda estarão presentes na carcaça, exigindo cortes e reduzindo o aproveitamento.

Foto: Divulgação / Connan

Entre as boas práticas, estão a condução calma, o uso de tábuas adequadas, rampas com no máximo 20° de inclinação e piso antiderrapante, fatores que reduzem quedas e machucados. “O ideal é evitar longas caminhadas até o ponto de embarque, já que isso pode esgotar as reservas de glicogênio e prejudicar a carne. O bem-estar deve ser mantido do início ao fim do processo”, reforça Marson.

Outro ponto é a organização dos lotes. Misturar animais de diferentes grupos pode estimular brigas e aumentar o estresse. Quando inevitável, recomenda-se reunir os animais pelo menos uma semana antes em áreas amplas, para que se adaptem e reduzam interações agressivas.

Reflexos no produto final

Segundo Marson, os cuidados no embarque favorecem a qualidade da carne, melhorando atributos como cor, textura e suculência. Além disso, evitam perdas por contusões e carcaças descartadas, assegurando maior rentabilidade ao produtor.

“Além dos benefícios econômicos e para os animais, o manejo adequado atende às exigências dos consumidores, que estão cada vez mais atentos ao bem-estar animal e à qualidade dos alimentos que chegam à mesa”, conclui.