Com metodologia de consultas múltiplas e pesquisa iterativa, foram entrevistados 36 pesquisadores e profissionais com experiência em conservação florestal no Brasil e na Indonésia. Os dois países foram escolhidos foram escolhidos porque reduziram as taxas de desmatamento em períodos recentes: Brasil em 84% entre 2004 e 2012 e Indonésia em 78% entre 2016 e 2021.
O estudo, que compara dois contextos distintos e identifica semelhanças, diferenças e combinações ideais de fatores de proteção florestal, mostra que vontade política, pressionada pela sociedade civil e por acordos internacionais, é o fator decisivo para proteger as florestas.
O levantamento buscou identificar toda a gama de fatores que mantêm as florestas em pé, a relativa importância de cada um e como eles mudaram ao longo do tempo. Nesse contexto, as comunidades tradicionais e indígenas foram reconhecidas como peças-chave na conservação, mas ainda carecendo de condições básicas de qualidade de vida.
Leia aqui a publicação na revista Conservation Letters.
As constatações do estudo chegam às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30, que será realizada em Belém (PA) em 2025. Os pesquisadores acreditam que esse trabalho serve como alerta para diplomatas, políticos e líderes globais.
Ele deixa a mensagem de que a conservação das florestas tropicais é possível, mas depende, fundamentalmente, de uma decisão política sustentada, que por sua vez é alimentada pela vigilância constante da sociedade e pela cooperação internacional.
Research in Colombia confirmed BRS Princesa and BRS Platina’s resistance to Tropical Race 4 (TR4). The disease affects Asia, Africa, and Oceania; has already hit Colombia, Peru and Venezuela and threatens global food security.
The cultivars are fundamental for the protection of Brazilian banana production.
An international partnership with AgroSavia allowed field tests in contaminated areas in Colombia. Growers see the varieties as relief in light of the risk of billion-dollar losses.
O agronegócio respondeu por 23,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no ano passado. Para fortalecer as políticas públicas voltadas ao setor, Sorriso, em Mato Grosso, recebe na próxima sexta-feira (12/09), o 1º Congresso Prefeitos do Agro. A iniciativa é fruto da parceria entre a Prefeitura de Sorriso e a DATAGRO, consultoria agrícola presente em mais de 50 países, responsável pelo conteúdo técnico e pela capacitação dos participantes.
O evento reunirá, além de lideranças municipais, ministros de Estado, secretários, parlamentares, dirigentes de entidades, empresários e especialistas para discutir estratégias que ampliem a competitividade e a sustentabilidade da produção agropecuária brasileira.
O objetivo é fortalecer quatro pilares, que incluem capacitação, com disseminação de conhecimento, benchmarking e formação de redes colaborativas; conexão, promovendo a aproximação entre gestores públicos, setor produtivo e demais esferas governamentais; visibilidade, para destacar experiências municipais de impacto direto no campo; e protagonismo, consolidando o papel do prefeito como agente central no desenvolvimento rural.
Segundo a organização, o congresso busca fortalecer a governança dos municípios e ampliar a qualificação técnica de gestores públicos diretamente ligados ao agronegócio. A iniciativa se insere em um formato considerado único no setor, combinando representatividade política, conteúdo técnico especializado e enfoque no território. O modelo pretende promover maior integração entre diferentes atores da cadeia produtiva, estimulando o alinhamento de agendas estratégicas para o desenvolvimento rural.
Além dos painéis técnicos e das atividades de capacitação, a programação inclui um momento de relacionamento institucional entre os participantes, com a entrega de reconhecimentos a iniciativas municipais consideradas referência no segmento. O encontro pretende se tornar um ponto de convergência entre poder público, iniciativa privada e entidades representativas, criando oportunidades de cooperação e articulação em diferentes frentes do agronegócio brasileiro.
A expectativa é que o congresso se consolide no calendário setorial, gerando desdobramentos em novas ações e parcerias voltadas à gestão pública municipal no agro.
Serviço: 1º Congresso Prefeitos do Agro Data: 12/09/2025 | Local: Centro de Eventos Ari José Riedi – Sorriso – MT
O avanço das fraudes digitais no Brasil tem gerado impactos expressivos na economia e trazido novos desafios tanto para consumidores quanto para empresas. De acordo com levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, somente em 2024 os golpes virtuais provocaram perdas de R$ 71 bilhões no país. O estudo aponta ainda que 42% da população adulta já sofreu ou foi alvo de tentativa de fraude.
Outro dado preocupante vem do Instituto DataSenado: um em cada quatro brasileiros acima de 16 anos foi vítima de golpe digital nos últimos 12 meses, o que representa cerca de 24% da população. O problema é ainda mais sensível no meio rural, onde produtores enfrentam não apenas riscos climáticos e de mercado, mas também dificuldades de acesso à internet em alguns casos, confiança demasiada em contatos recebidos e mesmo o uso indevido de seus dados pessoais para abertura de dívidas ou movimentações fraudulentas.
Para alertar sobre o tema e proteger os clientes de golpes digitais, a Plantae Agrocrédito, instituição financeira voltada exclusivamente ao setor, iniciou recentemente uma parceria com a plataforma Davi, especializada em segurança digital.
A iniciativa oferece aos clientes ferramentas de monitoramento apoiadas por inteligência artificial, como blindagem de CPF, emissão de alertas em caso de vazamento de dados e acompanhamento em tempo real de movimentações financeiras suspeitas. Segundo a empresa, os recursos funcionam de forma integrada, com relatórios, diagnósticos e monitoramento contínuo.
“Produzir e empreender no campo já envolve inúmeros desafios. Não podemos permitir que fraudes e golpes digitais se tornem mais um obstáculo para quem movimenta a economia e alimenta o país”, afirma Wolney Arruda, presidente da Plantae Agrocrédito.
Do outro lado da parceria, o Davi vem se consolidando como um dos principais ecossistemas de combate a fraudes no Brasil. A plataforma construiu a maior biblioteca nacional sobre o tema, com mais de 700 mil depoimentos de vítimas de golpes, organizados em 400 tipologias diferentes. Hoje, já são mais de dois milhões de CPFs monitorados e milhões de brasileiros protegidos ativamente contra crimes virtuais.
Especialistas apontam que a tendência é de crescimento nas tentativas de fraude, exigindo do setor privado soluções que combinem tecnologia, prevenção e educação digital. Casos como o da Plantae mostram como empresas podem se posicionar para reduzir vulnerabilidades e oferecer maior tranquilidade aos clientes em um ambiente de riscos crescentes.
O PIB brasileiro avançou 0,4% no segundo trimestre de 2025 e somou R$3,2 trilhões, as informações foram divulgadas nesta terça-feira (02), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com leve queda de 0,1% entre abril e junho, a agropecuária acumula alta de 10,1% em 12 meses, sustentada pela safra histórica de soja e milho. O desempenho reforça a relevância do setor, que responde por cerca de um terço da economia nacional, mas nem tudo são rosas no setor, uma vez que são evidentes vulnerabilidades que comprometem a competitividade no médio e longo prazos.
Além do ambiente de crédito caro, agravado pela Selic no maior patamar desde 2006, o setor enfrenta uma maior aversão ao risco por parte dos agentes financiadores. Segundo a Serasa Experian, em 2024 os pedidos de recuperação judicial protocolados por produtores rurais pessoa física aumentaram 350%, impulsionados por juros altos, custos de produção e adversidades climáticas. Esta combinação de juros altos e deterioração da capacidade creditícia impactam brutalmente o acesso do produtor ao capital, e os reflexos já aparecem nas estatísticas e projeções.
Uma evidência é a maior cautela na expansão de área de grãos. De acordo com a Conab, a produção em 2024/25 deve alcançar 345,2 milhões de toneladas, mas em 2025/26 a expansão da soja tende a perder fôlego. Para Daniel Barbosa, CEO da Fex Agro, a desaceleração é reflexo direto da pressão financeira. Algo que pode inclusive ter um impacto nas indicações de preços das commodities, não apenas pelo aumento nos custos de produção, como também por conta de um melhor equilíbrio entre oferta e demanda globais. “Uma melhora nas indicações de preço seria um alento muito bem vindo ao produtor – mas ainda é cedo para conclusões definitivas, temos muitas incertezas, não apenas no cenário doméstico, mas também de ordem geopolítica global”, diz.
Além deste estrangulamento no crédito e custo financeiro, o Brasil enfrenta entraves estruturais. A falta de capacidade de armazenagem é um deles, além da ausência de estoques reguladores, que poderiam atuar como ferramenta de segurança alimentar e estabilização de preços. A precariedade da infraestrutura logística completa o quadro, reduzindo a eficiência e elevando os custos das cadeias produtivas. “A título de exemplo, hoje no centro-oeste temos um volume enorme de milho segunda safra sendo guardado a céu aberto, pois os armazéns estão lotados”, explica.
Para Barbosa, a falta de políticas consistentes para acompanhar o crescimento da produtividade aumenta a exposição do produtor. “O Brasil avançou muito em produtividade, mas não fez a lição de casa em armazenagem, escoamento e na definição de uma política de longo prazo para estoques reguladores. Em momentos de capital mais caro, quando todo investimento é naturalmente desestimulado, a ausência desse planejamento estrutural pesa ainda mais. (…) Precisamos ser menos reativos e mais proativos em nossas iniciativas”, avalia.
Na visão da Fex Agro, o debate precisa ir além das linhas tradicionais de crédito. “O caminho é avançar em instrumentos de financiamento mais adequados ao ciclo rural, mas também em políticas de infraestrutura e de estoques reguladores. Só assim será possível reduzir vulnerabilidades, assegurar margens sustentáveis e preservar a competitividade do agro brasileiro”, conclui Barbosa.
A New Holland, marca da CNH, foi eleita pelo júri da 36ª edição do Prêmio Gerdau Melhores da Terra como a vencedora na categoria “Novidade Expointer Agricultura de Escala”, com a colheitadeira CR7+Arrozeira. A máquina está sendo apresentada ao público pela primeira vez na Expointer deste ano, que ocorre até o próximo dia 7 de setembro em Esteio (RS).
A premiação reconhece os destaques do setor presentes no evento, entre fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas e empresas de software focadas no segmento agro. A escolha dos vencedores foi feita por uma comissão formada por professores e pesquisadores. “Estamos muito orgulhosos dessa premiação. A New Holland, que está comemorando 50 anos de Brasil em 2025, segue como uma marca inovadora, buscando ampliar o seu portfólio com soluções completas para todos os perfis de clientes, do pequeno ao grande. Essa vitória no Prêmio Gerdau mostra que estamos no caminho certo, desenvolvendo produtos que fazem a diferença no dia a dia do agricultor, reduzindo custos e aumentando a produtividade”, afirma Márcio Contreras, diretor de Marketing Comercial da New Holland para a América Latina.
Nova linha CR
A nova CR7+Arrozeira, que possui uma configuração especial para a colheita do cereal, mas que também pode colher outros grãos, como soja e milho, integra a renovada linha de colheitadeiras CR, da New Holland. Com um novo design, o Natural Flow, que traz ondulações nas laterais das máquinas, a linha CR é representada ainda pelos modelos CR6, CR7, CR7+, CR8, CR9, CR10 e CR11.
O que chama atenção nessas máquinas é o sistema de automação IntelliSense, que agora é opcional para mais modelos desta família, com exceção da CR5.85. Os modelos CR9, CR10 e CR11 já vêm com o sistema embarcado de fábrica.
As novidades da nova geração do IntelliSense são muitas, com mais culturas suportadas, entre elas arroz (CR7+Arrozeira), feijão, aveia e sorgo, além das outras já suportadas, tais como soja, milho, trigo, cevada e canola.
O IntelliSense da CR ajusta automaticamente a máquina para garantir máxima performance, mínimas perdas e alta qualidade de grãos. A inteligência artificial busca a melhor configuração para cada momento da colheita e a cada 20 segundos ou antes, faz os ajustes se necessário.
O funcionamento é com base na câmera de grãos (GrainCam) que tira várias fotos por segundo para verificar grãos quebrados ou grãos sujos, além de reunir outras informações instantâneas dos demais sensores como, por exemplo, o sensor de pressão (patenteado) da peneira para medir a quantidade de material sobre ela, além de todos os outros sensores conhecidos como os de perdas (peneira e rotores), retrilha, rotações, posições ou carga dos sistemas. Todos esses sensores permitem mais leituras e trazem mais velocidade e precisão nos ajustes inteligentes.
Nova CR7+Arrozeira, da New Holland, que também colhe grãos como soja e milho, além do arroz (Foto: Divulgação / New Holland)
Conforme a condição da lavoura muda, a automação da máquina seleciona a melhor configuração entre 280 milhões de possibilidades, além de ter a predição de solo para deixar a automação ainda mais veloz usando a passada anterior como referência, memorizando as configurações do sistema de limpeza feitos em cada ponto do talhão para, desta forma, prever os ajustes da colheita ao passar do lado onde já colheu ou então na próxima colheita, pois as informações são armazenadas por um ano.
IntelliCruise
Outro destaque das novas CRs é o IntelliCruise, sistema que controla automaticamente a velocidade da máquina para que opere sempre na capacidade máxima e com a melhor alimentação. Ele acelera ou reduz a velocidade da colheitadeira conforme a variação de produtividade da lavoura, sem necessidade de interferência manual, apenas analisando a quantidade de material que entra na máquina em tempo real.
Com o IntelliSense e o IntelliCruise, a nova CR pode mudar automaticamente a velocidade de deslocamento, do ventilador e dos rotores, e mudar o fluxo do início ao fim dos rotores com ajustes automáticos das aletas, e pode ainda abrir ou fechar todas as peneiras (pré-peneira, superior e inferior. É automação inteligente e assertiva em tempo real, garantindo máxima performance, baixos índices de perdas e uma excelente qualidade de grão, além de oferecer mais autonomia na tomada de decisão, de acordo com o que for melhor para a colheita.
A conectividade incluída também é padrão na linha CR, garantindo que as máquinas suportem todos os recursos de conectividade. Os clientes poderão transferir dados, usar o suporte remoto, processar dados agronômicos e se conectar ao FieldOps, o aplicativo de gestão agrícola da New Holland, sem nenhum custo recorrente para eles.
Novas plataformas para arroz
Outras novidades que a New Holland apresenta na Expointer 2025 são as plataformas para arroz da linha 7300, que tem os modelos 7320 Rice, de 20 pés (para colheitadeiras modelo TC4.90 e TX4.90), e 7325 Rice, 25 pés (para colheitadeiras TX5.90, CR7.90 e CR7+Arrozeira). Entre as melhorias estão: novo chassi, molinetes reforçados, barra de corte otimizada para áreas irrigadas, piso em aço inoxidável sob o sem-fim e novos dedos de aço para levantar colheita acamada.
Com design renovado e aprimoramentos mecânicos de ponta, a linha 7300 reforça o compromisso da New Holland em entregar soluções que acompanham a evolução da agricultura, oferecendo equipamentos mais robustos, eficientes e adaptados às necessidades específicas do produtor de arroz.
A conectividade 5G é fundamental no contexto atual de IoT, IA e robótica, oferecendo várias vantagens essenciais para o desenvolvimento dessas tecnologias. Com sua velocidade de transmissão até 100 vezes mais rápida que o 4G, o 5G permite a comunicação em tempo real entre dispositivos IoT, crucial para aplicações que exigem respostas rápidas, como veículos autônomos e sistemas de saúde.
Além disso, a latência do 5G é reduzida para cerca de 1 milissegundo, praticamente eliminando o atraso na comunicação, o que é vital para aplicações críticas que exigem precisão e sincronização, como cirurgias robóticas e controle industrial. O 5G também suporta uma densidade muito maior de dispositivos conectados por unidade de área, tornando-o ideal para ambientes com alta densidade de dispositivos IoT, como cidades inteligentes e fábricas automatizadas.
Outra vantagem importante do 5G é sua eficiência energética, projetada para ser mais eficiente em termos de consumo de energia, prolongando a vida útil das baterias dos dispositivos conectados e tornando viável a operação de sensores em locais remotos por longos períodos. Além disso, a arquitetura do 5G inclui avanços significativos em criptografia e autenticação, proporcionando uma camada adicional de proteção contra ataques cibernéticos.
Essas características tornam o 5G essencial para diversas aplicações, incluindo cidades inteligentes, com gerenciamento de tráfego em tempo real, iluminação pública inteligente, monitoramento ambiental e serviços de segurança mais eficazes.
Saúde – Na saúde conectada, o 5G permite monitoramento remoto de pacientes, diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados.
Agricultura – Na agricultura inteligente, o 5G possibilita monitoramento do solo, condições climáticas, saúde das plantações e consumo de água, permitindo decisões informadas e aumento da produtividade.
Indústria – No contexto da Indústria 4.0, o 5G permite automação e digitalização da manufatura, com máquinas e sistemas se comunicando e operando de forma autônoma. Além disso, o 5G melhora a segurança nas estradas e otimiza o fluxo de tráfego com comunicação em tempo real entre veículos e infraestrutura. Na robótica, o 5G permite a comunicação em tempo real entre robôs e sistemas de controle, tornando possível a realização de tarefas complexas e precisas em diversas indústrias.
Com o 5G, estamos entrando em uma nova era de conectividade avançada, que está revolucionando a forma como vivemos e trabalhamos. É emocionante pensar no que o futuro reserva com essa tecnologia em constante evolução.
Quatro projetos de institutos federais de educação do Brasil foram premiados durante o Painel Telebrasil, principal evento de telecomunicações do país. Eles receberam o Prêmio Inova, promovido pela Confederação Nacional da Tecnologia da Informação e Comunicação e pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, com o apoio da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), entidade que congrega operadores e fornecedores de bens e serviços do setor de telecomunicações.
Os projetos revelam a importância da conectividade e dos institutos federais de educação para o desenvolvimento da inovação e pesquisa. Em Pernambuco, um dispositivo auxilia pessoas cegas a se deslocarem com segurança; em Mato Grosso, um software capaz de analisar a fertilidade do solo está revolucionando a vida de agricultores em assentamentos rurais; em São Paulo, TV boxes que seriam descartadas foram transformadas em um sistema de combate à evasão escolar; e no Rio de Janeiro, um software promete acelerar a análise de notas de empenho no Tribunal de Contas do Estado.
Os projetos foram selecionados entre mais de 40 propostas inscritas, todas de institutos federais de educação. “O Prêmio Inova é uma demonstração de como a inovação e a conectividade podem transformar realidades em todo o Brasil. Esses projetos mostram o impacto que a pesquisa aplicada pode ter na vida das pessoas — seja promovendo inclusão, aumentando a produtividade no campo, combatendo a evasão escolar ou modernizando a gestão pública”, comenta Marcos Ferrari, presidente-executivo da Telebrasil e da Conexis Brasil Digital, entidade que organiza o Painel Telebrasil.
Conheça os projetos premiados:
SolIF – Pesquisadores e graduandos do campus de Juína do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) desenvolveram um software capaz de analisar a fertilidade do solo e fornecer orientações para o correto manejo da terra e aumento da produtividade. Chamado SolIF, o software analisa amostras de solo e gera relatórios automatizados com todas as informações necessárias para o desenvolvimento de culturas. De acordo com o Ministério da Educação, a ferramenta atende 696 famílias de assentamentos rurais por meio do programa Solo Vivo, do Ministério da Agricultura e Pecuária, promovendo o uso racional de insumos, a valorização da assistência técnica e a democratização do conhecimento científico.
Alunos do IFMT apresentam o SolIF durante o Painel Telebrasil 2025 (Foto: Jayme Vasconcellos / Vasconcellos & Associados)
NEMESIS – Uma equipe de professores e alunos do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ) desenvolveu um software de busca semântica que automatiza a análise de notas de empenho pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, aumentando a capacidade de fiscalização e promovendo a transparência e a eficiência no uso dos recursos públicos. Atualmente, as notas de empenho são analisadas manualmente ou por amostragem. O software, chamado NEMESIS, identifica padrões, compara preços e condições de aquisição. O projeto envolveu dois professores e oito alunos de graduação e pós-graduação e está em fase de desenvolvimento e validação.
TVs boxes – Com o objetivo de combater a evasão escolar, um professor e um grupo de alunos do campus Salto do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) desenvolveram uma ferramenta para monitorar a frequência dos estudantes utilizando biometria. Eles transformaram TVs boxes que seriam descartadas pela Receita Federal em um sistema pelo qual cada aluno registra sua entrada no sensor. Esse módulo é integrado ao Sistema Unificado da Administração Pública do Instituto, que centraliza todos os processos administrativos da faculdade. A inspiração do projeto foram duas auditorias do Tribunal de Contas da União na rede federal de ensino, que apontaram a falta de dados confiáveis sobre a presença de estudantes e uma evasão de 41% nos cursos técnicos e 51% nos cursos de graduação em 2022.
Synesthesia Vision(prêmio especial de acessibilidade)
Um grupo de cinco professores e 25 alunos do campus Recife do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) criou um dispositivo acoplável a óculos para ser usado de maneira complementar à bengala, auxiliando pessoas com deficiência visual a se deslocarem de forma segura. O projeto deu origem à startup Synesthesia Vision e, após dez anos de pesquisa, o dispositivo está pronto para ser comercializado. Utilizando sensores infravermelhos e ultrassônicos, ele é capaz de detectar obstáculos e emitir sinais sonoros e vibrações que orientam o caminho.
Painel Telebrasil 2025
Com a presença de CEOs de grandes empresas, autoridades e lideranças empresariais, o Painel Telebrasil acontece até amanhã (03/09), em Brasília. Na pauta de discussão estão temas como Inteligência Artificial, inclusão digital, 5G e expansão da conectividade. O encontro, que acontece anualmente, debate também temas como o papel das instituições na era digital, tecnologias para a transformação econômica e social, conectividade e sustentabilidade.
O Brasil está acelerando a transformação digital. A cobertura do 5G já atinge 63,61% do país, ultrapassando a meta de 57,67% estabelecida pela Anatel para 2027, mais de três anos antes do previsto. Os dados constam em relatório trimestral da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), vinculada ao Ministério das Comunicações.
“A expansão do 5G representa mais do que avanço tecnológico: é inclusão, desenvolvimento e oportunidade. Nosso compromisso é garantir que essa transformação chegue a todos”, destacou o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho.
Entre as ações decisivas, está a liberação antecipada da faixa de 3,5 GHz, realizada 14 meses antes do prazo previsto, que permitiu que os 5.570 municípios brasileiros ficassem aptos a receber o 5G standalone. Isso possibilitou às operadoras iniciar a implementação de acordo com seus cronogramas. O ministro adiantou que o governo busca acelerar ainda mais. “Hoje existe um cronograma até 2050, mas estamos em diálogo com as operadoras para antecipar esse prazo”, afirmou.
Outro impulso vem do apoio financeiro oferecido pelo MCom, com linhas de crédito do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) para ampliar a infraestrutura necessária ao 5G.
O relatório da Anatel também apontou aumento no percentual de usuários de internet, que passou de 81,34% para 84,46%. A meta para 2027 é chegar a 95%. A satisfação do usuário de banda larga fixa também cresceu, passando de 6,9 para 7,4.
Pátio de antenas da Empresa Brasil de Comunicação (Foto: Jayme Vasconcellos / Vasconcellos & Associados)
O setor de telecomunicações investiu R$ 16,5 bilhões no primeiro semestre de 2025, segundo dados divulgados pela Conexis Brasil Digital, entidade que representa as maiores operadoras de telecomunicações do país. O montante representa um aumento nominal de 4,8% em relação ao mesmo período de 2024.
O presidente-executivo da Conexis, Marcos Ferrari, destaca que telecom é o segundo setor de infraestrutura que mais investe no país com recursos privados. “Os dados mostram que o setor tem mantido os altos investimentos e, após uma estabilidade em 2024, voltamos a aumentar os investimentos em 2025”, afirmou.
Os resultados desses aportes podem ser comprovados no crescimento do acesso aos serviços de conectividade, com destaque para o 5G. No primeiro semestre de 2025 a nova tecnologia chegou em 256 novos municípios, alcançando 1.068 cidades atendidas. Nos seis primeiros meses do ano, o número de antenas 5G passou de 37.639 para 47.016, um aumento de 25%.
O usuário tem respondido à oferta da nova tecnologia. Nos seis primeiros meses do ano o número de acessos 5G passou de 40 milhões para 48,9 milhões, são 1,5 milhão de novos usuários de 5G por mês, o que equivale a 50 mil novas ativações por dia.
Receita
A receita bruta alcançou R$ 161,5 bilhões no primeiro semestre de 2025. O valor representa um crescimento nominal de 4,9% em relação ao mesmo período de 2024. Na comparação real, descontados os efeitos da inflação, a receita ficou estável, mantendo a média do primeiro semestre dos últimos cinco anos.
Painel Telebrasil 2025
Os investimentos para o avanço do 5G e outros temas ligados ao setor de telecomunicações, como Inteligência Artificial, inclusão digital e sustentabilidade, estão na pauta de discussões do Painel Telebrasil 2025, que acontece hoje e amanhã, em Brasília. O encontro reúne, além de autoridades, CEOs das maiores operadoras do país e de grandes empresas de tecnologia e inovação.
Cerimônia de abertura do Painel Telebrasil 2025 (Foto: Jayme Vasconcellos / Vasconcellos & Associados)