O café, paixão nacional, está cada vez mais caro. Mas por quê? De acordo com dados do Instituto Brasileiro do Café (IBC), o preço do café arábica, o mais consumido no país, aumentou mais de 30% nos últimos seis meses, atingindo um patamar não visto em décadas.
Um dos principais motivos para essa alta é a seca intensa que atingiu as principais regiões cafeeiras do Brasil, como Minas Gerais e São Paulo. A falta de chuvas prejudicou a floração, o desenvolvimento dos frutos e a qualidade dos grãos, resultando em uma redução significativa na produção. Estima-se que a safra de 2023 tenha sido até 20% menor do que a do ano anterior.
Além da seca, outros fatores contribuíram para a alta dos preços. A valorização do dólar tornou o café brasileiro mais atrativo para o mercado internacional, aumentando as exportações e reduzindo a oferta interna.
A demanda global por café também está em alta, impulsionada pelo crescimento econômico de países como China e Índia. Essa maior procura elevou os preços no mercado internacional, pressionando os valores no Brasil.
Consequências
A alta dos preços impacta diretamente produtores, indústria e consumidores. Os produtores, apesar de obterem melhores preços por sua produção, enfrentam desafios como o aumento dos custos de produção e a incerteza em relação às próximas safras. A indústria cafeeira precisa ajustar seus processos e repassar parte do aumento dos custos para o consumidor final.
E para o consumidor, o impacto é direto no bolso. O café, que já era um item básico na cesta de compras, ficou ainda mais caro, levando muitos a reduzir o consumo ou buscar alternativas mais baratas.
Perspectivas e desafios
As perspectivas para os próximos meses são de estabilidade ou até mesmo de novas altas nos preços do café. A recuperação da produção leva tempo, e a previsão climática para os próximos meses ainda é incerta.
Para enfrentar esse cenário, produtores, indústria e governo precisam trabalhar em conjunto para encontrar soluções. O desenvolvimento de variedades de café mais resistentes à seca, a adoção de tecnologias para otimizar a produção e a busca por novos mercados consumidores são algumas das alternativas para garantir a sustentabilidade do setor cafeeiro brasileiro. Ou seja, nada em um curto prazo.
