A relação entre agronegócio e carnaval, à primeira vista, pode parecer distante, mas uma análise mais profunda revela laços históricos, culturais e econômicos que unem esses dois pilares da identidade brasileira.
As origens do carnaval remontam a celebrações antigas, como as festas dionisíacas e saturnais, que celebravam a fertilidade da terra e os ciclos agrícolas. Essa conexão com o campo se manifesta na cultura popular, com músicas, danças e fantasias que ecoam tradições rurais e celebrações de colheitas.
No plano econômico, o carnaval impulsiona diversos setores do agronegócio. A demanda por alimentos e bebidas explode durante a festa, beneficiando – por exemplo – produtores de cerveja, refrigerantes, carnes, frutas e outros produtos. O turismo, outro motor do carnaval, gera renda para atividades ligadas ao agronegócio, como o abastecimento de restaurantes e hotéis.
A influência do agronegócio no carnaval também se manifesta nos desfiles das escolas de samba. Cada vez mais, os enredos abordam temas como a importância da agricultura familiar, a sustentabilidade e a produção de alimentos, demonstrando a relevância do setor para a cultura e a sociedade.
Empresas do agronegócio também marcam presença nas festividades, patrocinando eventos e buscando fortalecer sua marca junto ao público. Além disso, produtos do setor, como frutas, legumes e bebidas, são consumidos em larga escala durante a festa, seja nas ruas, camarotes ou eventos privados.
Essa relação entre agronegócio e carnaval é multifacetada, se fortalece a cada ano e demonstra a importância do setor para a economia, a cultura e a identidade brasileira, revelando que a folia e o campo podem caminhar juntos.
O aumento das temperaturas tem sido um dos maiores desafios para o agronegócio brasileiro. O calor excessivo registrado nos primeiros meses de 2025 tem preocupado pesquisadores e produtores, que enfrentam dificuldades com a irregularidade das chuvas e o aumento da temperatura média. Especialistas da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Agronômico (IAC) alertam que esse cenário deve se intensificar nos próximos anos, exigindo dos agricultores investimentos em tecnologia para garantir a produtividade e a sustentabilidade no campo.
Segundo dados do posto meteorológico da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), a temperatura média registrada nos 11 primeiros dias de fevereiro foi de 25,5°C, acima da média histórica de 24,8°C. Além disso, as mínimas e máximas também superaram os padrões esperados, chegando a 35-37°C em algumas regiões. Essa variação impacta diretamente o desenvolvimento de diversas culturas prejudicando a qualidade da safra e reduzindo o potencial produtivo.
Impactos no agronegócio
O setor cafeeiro é um dos mais afetados pelas temperaturas elevadas. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) aponta que a combinação de chuvas abaixo do esperado e calor intenso tem prejudicado a formação dos grãos. A safra de 2025/26 já foi impactada pela seca de 2024, e os cafeicultores temem uma nova perda significativa caso as temperaturas sigam elevadas nos próximos meses.
A situação não é diferente para outras culturas, como hortaliças e grãos, que demandam alta disponibilidade hídrica e um equilíbrio entre temperatura e umidade. A previsão de ondas de calor cada vez mais intensas reforça a necessidade de estratégias eficientes para mitigar os impactos climáticos.
Tecnologia e inovação para a adaptação climática
Diante desse cenário desafiador, a tecnologia tem desempenhado um papel importante na adaptação do setor agrícola. O uso de soluções que otimizam o manejo da água e a saúde do solo pode fazer a diferença entre perdas severas e uma produção mais eficiente.
Os produtos da linha HB10 da Hydroplan-EB são um exemplo de inovação voltada para a melhoria da eficiência hídrica no campo. Desenvolvidos para diferentes sistemas de irrigação, ajudam a maximizar a absorção da água pelas plantas, reduzindo desperdícios e aumentando a retenção no solo.
“Essas soluções são fundamentais para reduzir o consumo de água e evitar perdas na lavoura. Conseguimos melhorar a absorção de nutrientes e aumentar a eficiência hídrica, proporcionando mais segurança aos produtores em períodos de estiagem e calor extremo” ressaltou Loremberg de Moraes, diretor da Hydroplan-EB.
A combinação de tecnologia e boas práticas agrícolas pode não apenas mitigar os efeitos do calor extremo, mas também construir um setor mais sustentável e preparado para os desafios do futuro. A adaptação já não é mais uma opção, e sim uma necessidade para garantir a produção de alimentos de qualidade em um cenário climático cada vez mais imprevisível.
Altas temperaturas exigem adaptação dos agricultores e novas estratégias para minimizar perdas na produção (Foto: Divulgação)
O Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas reuniu, em Brasília, gestores e equipes técnicas dos mais de cinco mil municípios do país. O objetivo do evento foi fortalecer o pacto federativo e impulsionar a governança municipal, fazendo com que as políticas públicas sejam potencializadas e acessadas pelos governantes em prol da população.
O Governo Federal, por meio de seus ministérios, agências de fomento e bancos de desenvolvimento, apresentou projetos e linhas de financiamento para as delegações.
“Estamos conseguindo fazer ótimos contatos com o Governo Federal, principalmente em áreas que os municípios não dominam muito, como no caso das parcerias público-privadas, para que a gente consiga aplicar esse tipo de política pública em nossos municípios”, afirmou Cleinils da Silva, prefeito de Gravatal (SC).
Eixos temáticos
As atividades foram divididas em seis eixos temáticos: Boa Governança, Sistemas Informatizados e Serviços; Programa e Ações do Governo Federal; Governança Climática; Assistência Técnica – Transferências Governamentais; Lideranças Femininas; Pacto Federativo Brasileiro. “Queremos, com o apoio dos municípios, identificar onde é necessário investir. Nossa prioridade é a população e suas demandas”, disse Alexandre Padilha, ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.
Para Salma Bahia, vice-prefeita de Senador Canedo (GO), a participação no encontro reforça o compromisso da cidade com a modernização da gestão municipal. “Esse evento nos proporciona acesso a conhecimentos fundamentais para a administração pública. Além disso, é uma oportunidade única para trocar experiências com outros gestores e conhecer as iniciativas do governo federal que podem beneficiar diretamente nossa cidade”, destacou.
Ministério da Agricultura
O Ministério da Agricultura e Pecuária apresentou aos prefeitos equipamentos como tratores, retroescavadeiras, escavadeiras hidráulicas, pás carregadeiras e caminhões, que podem ser disponibilizados para as prefeituras.
Foto: Jayme Vasconcellos / Agricultura e Negócios
Especialistas esclareceram dúvidas e forneceram orientações sobre as melhores práticas de utilização do maquinário, especialmente no que se refere às políticas de mecanização agrícola e à recuperação de estradas vicinais, fundamentais para o desenvolvimento sustentável e a modernização do setor agropecuário no país.
É o caso do município de Baliza, em Goiás. O prefeito Neguinho da Areia, do PDT, falou das demandas para atender o segundo maior assentamento rural do país em termos de território e das dificuldades de infraestrutura, como recuperação do asfalto em estradas da cidade. “No nosso município as estradas são muito ruins. Estamos preocupados. Estamos indo atrás dos recursos”, afirmou Areia.
*Jornalista, radialista, técnico em agronegócio e editor-chefe do Agricultura e Negócios.
A Embrapa Soja e a Cooperativa Coopavel estão lançando, no Show Rural Coopavel – que acontece até o próximo dia 14 em Cascavel (PR) – um novo inoculante para a cultura do milho com as estirpes da bactéria promotora de crescimento de plantas Azospirillum brasilense CNPSo 2083 (Ab-V5) e CNPSo 2084 (Ab-V6). A formulação apresentou eficiência agronômica superior nos testes de avaliação a campo com aumento no potencial produtivo das plantas e redução no uso de adubação nitrogenada de cobertura. O inoculante Azoscoop® é o primeiro produto da biofábrica Biocoop, da Coopavel, e fruto de parceria entre a Cooperativa e a Embrapa.
O lançamento marca a inauguração da fábrica de inoculantes da Coopavel – Biocoop e é um marco para o sistema cooperativista brasileiro, uma vez que esta é a primeira indústria de produtos biológicos em uma cooperativa no Brasil. “Marcamos um avanço na busca por uma agricultura mais sustentável. Nossa iniciativa aproveita recursos naturais para a nutrição de plantas e o controle eficiente de pragas e doenças, fortalecendo a produção sustentável da cooperativa que vai além de grãos e impacta também proteínas animais, como frangos e suínos”, afirma Rogério Rizzardi, coordenador do Show Rural Coopavel.
A principal vantagem desse bioinsumo é aumentar o potencial produtivo do milho e, ao mesmo tempo, oferecer a possibilidade de diminuição no uso de nitrogênio químico em cobertura, explicam os pesquisadores Mariangela Hungria e Marco Antonio Nogueira, da Embrapa Soja. “O registro de um inoculante com formulação aprimorada e resultados robustos a campo permitem a expansão do uso desse bioinsumo, provendo benefícios à agricultura brasileira, com aumento do rendimento associado ao menor uso de fertilizantes químicos nitrogenados”, avaliam.
Foto: Lebna Landgraf / Embrapa Soja
De acordo com os pesquisadores, o inoculante com a nova formulação, denominado Azoscoop®, foi avaliado em sete ensaios de campo com a cultura do milho, por quatro safras, em quatro regiões do Paraná. Na comparação com o tratamento que recebeu 100% de N e não foi inoculado, a inoculação permitiu a redução de 25% do N, mantendo o mesmo rendimento de grãos. E, na comparação dos tratamentos que receberam 75% de N, a inoculação com Azoscoop® resultou em incremento de 12,4% no rendimento de grãos. “Esses resultados comprovam os benefícios do inoculante desenvolvido e confirmam sua eficiência no campo”, afirmam.
Segundo os pesquisadores, os inoculantes contendo bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCP) têm sido cada vez mais utilizados para aumentar a eficiência de uso de fertilizantes químicos. As estirpes de Azospirillum brasilense CNPSo 2083 (Ab-V5) e CNPSo 2084 (Ab-V6) são utilizadas como inoculantes comerciais desde 2009/2010 e representam atualmente um mercado de mais de 20 milhões de doses anuais.
Nogueira explica que os principais benefícios das estirpes CNPSo 2083 (Ab-V5) e CNPSo 2084 (Ab-V6) têm sido atribuídos à capacidade de sintetizar fitormônios (especialmente compostos indólicos), em adição à capacidade, ainda que modesta, de fixação biológica do nitrogênio. “Os fitormônios promovem uma melhora significativa no crescimento e na arquitetura das raízes, aumentando a capacidade de absorção de água e nutrientes e assim aumentam a eficiência de uso do N-fertilizante pelas plantas”, indica.
A pesquisadora alerta para a necessidade do aumento da eficiência de uso de fertilizantes químicos para a produção de grãos e aponta o nitrogênio (N) como o nutriente com grande prioridade, já que é requerido em maior quantidade pelas plantas. “Os inoculantes, com as bactérias promotoras de crescimento de plantas, substituem total ou parcialmente fertilizantes químicos, reduzem os impactos ambientais e aumentam o rendimento das culturas”, explica.
Na visão da Coopavel, um dos diferenciais do projeto é a parceria com a Embrapa, referência mundial em pesquisas e inovação para o campo. “A parceria com a Embrapa garante maior segurança e eficiência ao produto que chega ao mercado, como alternativa viável para reduzir o uso de químicos sem comprometer a produtividade”, afirma Rizzardi. “O emprego de biológicos tende a crescer, devido à sua eficácia e menor custo, beneficiando produtores e atendendo à demanda da sociedade por alimentos mais saudáveis e práticas agrícolas que respeitem o meio ambiente”, completa.
A previsão da Coopavel é iniciar a comercialização do Azoscoop® ainda em fevereiro, atendendo ao plantio de milho safrinha que ocorre em toda sua área de ação. “E este é apenas o primeiro passo da Biocoop pois, ainda em 2025, serão lançados novos produtos que visam auxiliar o produtor rural no controle de importantes pragas e doenças que atingem as culturas desenvolvidas em nossa região”, ressalta Leandro Rudolf Belter, gerente de Biodefensivos da Biocoop.
Em Mato Grosso do Sul, especialmente na região sul do estado, as culturas da safra de verão – especialmente a da soja – estão sofrendo com o veranico, em que a quantidade de chuva não tem sido suficiente durante o período de desenvolvimento das plantas, aliado ao calor intenso. Somado a isso, algumas práticas agrícolas têm sido deixadas de lado, o que intensificou os problemas na agricultura de sequeiro especialmente. “Agora vai começar o momento da colheita da soja e é a oportunidade ideal para o produtor colocar em prática alguns processos que vão minimizar sobremaneira os efeitos de futuras estiagens e vão proporcionar que a água da chuva não escorra superficialmente, mas sim infiltre e seja armazenada no solo”, explica o pesquisador Fernando Mendes Lamas, da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados – MS).
Para iniciar, o pesquisador observou que um desses princípios agrícolas não tem sido adotado, que é o terraceamento, prática mecânica de conservação de solo e água que tem como objetivo fundamental evitar o escorrimento da água, ou seja, a prática permite que a água infiltre no solo e seja armazenada para estar disponível posteriormente pela planta.
Em um outro momento, o produtor pode utilizar uma série de tecnologias que já foram desenvolvidas, e estão sendo aprimoradas, por exemplo, a época de semeadura. “Hoje o produtor dispõe de uma ferramenta extremamente interessante, que é o Zoneamento Agrícola de Risco Climático, conhecido também como ZARC”, cita o pesquisador. O ZARC é produto de pesquisa da Embrapa e seus parceiros, que se transformou em uma ferramenta de política pública que está à disposição do produtor. Lamas ressalta que as informações disponibilizadas pelo ZARC, independentemente se o produtor vai financiar e/ou fazer seguro agrícola, trazem sugestões de época de semeadura em que os riscos são menores, especialmente riscos decorrentes de déficit hídrico.
Outro fator importante é o manejo adequado do solo para que esteja estruturado e, assim, permita que a água permaneça no solo e chegue às camadas mais profundas. Para isso, o solo não deve estar compactado. “Hoje, infelizmente, muitos agricultores usam uma prática mecânica para romper camada compactada, que é o escarificador. Não temos a menor dúvida de que o escarificador sozinho não resolve o problema de compactação. Há necessidade de associar a prática mecânica que é o escarificador com práticas culturais ou vegetativas que é o cultivo de plantas de cobertura”, ressalta o pesquisador.
O sistema radicular das plantas de cobertura forma canalículos que permitirão uma boa estruturação do solo que se torna mais poroso, permitindo que a água penetre no solo e forme uma reserva na área onde estão as culturas. As plantas de cobertura também formam uma barreira na superfície do solo por meio da palhada, o que evita o aquecimento do solo, consequentemente, diminui a perda de água por evaporação. Além disso, as plantas de cobertura auxiliam o controle de plantas daninhas.
“Nós estamos vivendo um momento em que as questões de mudanças climáticas não são mais uma hipótese. É algo que está acontecendo no mundo. E o produtor precisa utilizar essas práticas que estão à sua disposição. Quando somamos tudo, o produtor deixa de perder, e mais importante que deixar de perder, ele ganha”, enfatiza Fernando Lamas, que completa: “Quando o produtor rural não adota nada disso, dependendo do estágio vegetativo da planta, as plantas vão morrer depois de uma semana a dez dias sem chuva. Adotando essas práticas, o efeito do estresse hídrico diminui, e o teor de matéria orgânica e a disponibilidade de nutrientes melhoram”.
Quais plantas de cobertura?
Segundo o pesquisador Lamas, a principal espécie de planta de cobertura são as braquiárias, como a Brachiaria ruzizienses para produção de forragem ou a Brachiaria brizantha por exemplo, a BRS Piatã, para uso na Integração Lavoura-Pecuária (ILP). Em alguns casos, podem ser utilizadas plantas do gênero Panicum, porém, esta exige mais cuidado no manejo para não haver problema como entouceiramento que dificulta a semeadura.
As plantas de cobertura podem ser cultivadas isoladamente ou em consórcio com leguminosas, a exemplo do feijão guandu e das crotalárias, que têm a capacidade de fixar nitrogênio no solo. O produtor também pode escolher pelo cultivo isolado das leguminosas, como Crotalaria ochroleuca, Crotolaria spectabillis e Crotalaria juncea, guandu e estilosantes, sendo que para cada situação haverá uma melhor indicação. Na safrinha, estas leguminosas podem ser cultivadas junto ao milho – no caso das crotalárias, se o foco for os ruminates, não utilizar a C. spectabilis por ser tóxica aos animais. Lamas lembra que a Embrapa possui variedades de guandu (BRS Guatã e BRS Mandarim) adequadas ao consórcio devido a seu porte e a rapidez de crescimento.
Foto: Jayme Vasconcellos / Agricultura e Negócios
“Agora é o momento adequado para os produtores plantarem milho safrinha de forma consorciada. E, se não quiserem plantar milho safrinha, cultivarem somente a espécie de planta de cobertura, seja uma leguminosa ou uma gramínea e colher as melhorias no sistema de produção”, indica Lamas.
Irrigação como estratégia associada
Aliado às práticas agrícolas recomendadas acima para convivência da agricultura em períodos de intenso calor e pouca oferta de chuvas, a irrigação é uma estratégia para superar o problema de déficit hídrico. “A irrigação vem para satisfazer a necessidade hídrica da cultura. Fazendo isso, conseguimos fazer frente ao problema e superá-lo”, diz o pesquisador Danilton Luiz Flumignan, da Embrapa Agropecuária Oeste, mas ele pondera: “É um erro achar que somente o fator água [da irrigação] vai resolver o problema. Na agricultura irrigada, temos que considerar que as outras estratégias para a convivência com a seca já estão sendo bem aplicadas pelo produtor”.
Os produtores irrigantes conseguem monitorar a ocorrência dos problemas causados por eventos de deficiência hídrica e, a partir de então, tomar a decisão de quando irrigar e quanto de água aplicar, a fim de satisfazer as necessidades hídricas da cultura.
“O momento no estado de Mato Grosso do Sul está muito favorável para essa temática de agricultura irrigada”, afirma Flumignan. O governo do estado lançou recentemente, em 2024, um programa estadual de irrigação (MS Irriga) como estímulo aos produtores rurais. Além disso, o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional instituiu o Polo de Agricultura Irrigada do Centro-Sul de Mato Grosso do Sul, que engloba 26 municípios. Segundo Flumignan, “estes são sinais claros de que a federação e o estado entendem que esta prática precisa e pode ser induzida”.
Para dar suporte à tomada de decisão dos produtores, inclusive os produtores irrigantes, a Embrapa Agropecuária Oeste possui estações de monitoramento climático que fornecem diariamente dados de chuva, temperatura, radiação solar, vento, umidade e, principalmente, o dado da evapotranspiração de referência. “Nós fornecemos os dados e os produtores podem se apropriar deles para tomada de decisão. Isso é uma boa prática na agricultura irrigada”, explica o pesquisador.
O Centro de Pesquisa da Embrapa está realizando pesquisa, ainda em fase de experimentação, que está no quarto ano, com competição de cultivares de soja e de híbridos de milho em área irrigada e de sequeiro a fim de identificar padrões nestes materiais genéticos que agreguem valor na água que é aplicada.
Flumignan também conta que foram realizadas simulações computacionais para estudar diferentes estratégias de manejo de irrigação e selecionar a melhor, amparadas em vários anos de pesquisa em lisímetros de pesagem e na série histórica de mais de 40 anos dados da estação meteorológica da Embrapa Agropecuária Oeste. “A melhor estratégia de irrigação, via de regra, tem resultado para a soja e para milho (comparado ao sequeiro, que é a nossa referência) em aumentos de produtividade significativos e redução no consumo de água comparada a estratégias convencionais de irrigação”, explica Flumignan.
Em números, somando os últimos três anos de safra, a cultura da soja irrigada rendeu 172 sacas por hectare, enquanto a soja no sequeiro resultou em 134 sacas. O rendimento do milho foi ainda maior: 407 sacas de milho com irrigação e 253 sacas sem irrigação. “Nós da Embrapa estamos preocupados em obter produção máxima utilizando o mínimo do recurso natural, assegurando que esse recurso esteja disponível para outros usos também”, assegura Flumignan.
O pesquisador lembra que a gestão dos recursos hídricos é feita pelo Imasul em Mato Grosso do Sul, que é responsável por gerenciar o potencial de cada corpo hídrico para fornecer água a diferentes usuários – restaurantes, indústrias, comércio, casas, irrigação, etc.. “A gestão hídrica assegura que a água para irrigação seja captada sem ferir os direitos de outros usuários nem da segurança ambiental”, explica e completa: “Mato Grosso do Sul tem grande potencial para agricultura irrigada. Somos extremamente ricos em águas superficiais e ainda utilizamos pouquíssimo da nossa água”.
Considerada uma das principais vitrines de inovação no setor agrícola, o Show Rural Coopavel 2025 promete reunir, de 10 a 14 de fevereiro, soluções para aumentar a produtividade e sustentabilidade das lavouras brasileiras. A IHARA, com 60 anos de tradição em pesquisa e desenvolvimento de defensivos agrícolas, marca presença no evento com tecnologias que contribuem para o aumento da produtividade do milho 2ª safra e do trigo.
Apesar do cenário favorável para ambas as culturas em 2025, os agricultores podem enfrentar desafios significativos no controle de plantas daninhas resistentes, doenças e insetos, que impactam diretamente a produtividade e a rentabilidade das lavouras. Segundo o engenheiro agrônomo e gerente de Marketing Regional da IHARA, João Tomás, “neste contexto, nos posicionamos como uma parceira estratégica no campo, oferecendo soluções inovadoras que asseguram maior eficiência no manejo integrado. Nossas moléculas, desenvolvidas no Japão e adaptadas às particularidades da agricultura tropical brasileira, são fundamentais para ajudar o agricultor a superar esses desafios e a aumentar sua competitividade”.
Milho 2ª safra e trigo: desafios e oportunidades
O milho 2ª safra, também conhecido como safrinha, é semeado após a colheita da soja e se tornou um dos principais responsáveis pelo sucesso da agricultura brasileira, com 17 milhões de hectares plantados. Com uma produtividade média de 6.000 kg por hectare, essa cultura apresenta grande potencial de crescimento, sem a necessidade de abrir novas áreas, contribuindo de forma significativa para a segurança alimentar global. Em 2025, a produção do cereal deve crescer 4,1%, representando 95,5 milhões de toneladas do total estimado de 120,5 milhões de toneladas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O trigo, por sua vez, tem se consolidado como uma cultura estratégica, com previsão de aumento de 4,8% na produção em 2025. Esse crescimento é fundamental para reduzir a dependência de importações, que tradicionalmente complementam o consumo interno de 12 milhões de toneladas por ano. Atualmente, a área plantada com trigo no Brasil é de 3 milhões de hectares, com uma produtividade média de 3.000 kg por hectare. Estudos da Embrapa indicam que o país tem o potencial de produzir até 22 milhões de toneladas de trigo por ano, dependendo de diferentes cenários de expansão da área de cultivo.
Com a adoção de tecnologias avançadas e práticas de manejo sustentável, o cultivo de milho 2ª safra e do trigo pode atingir altos níveis de produtividade e rentabilidade, beneficiando agricultores e a economia como um todo.
No estande da IHARA no Show Rural Coopavel, os visitantes têm a oportunidade de conhecer algumas das soluções disruptivas de seu portfólio, como os herbicidas YAMATO SC e SONDA HT, além dos inseticidas ZEUS e TERMINUS, produtos que revolucionaram o manejo agrícola no Brasil. Para o agricultor que busca tecnologias para a cultura da soja, além dos citados, a empresa também apresenta os fungicidas FUSÃO EC e SUGOY, produtos essenciais para o controle de doenças nas lavouras de soja.
Herbicidas pré-emergentes são fundamentais para o desenvolvimento do trigo e milho, controlando plantas daninhas resistentes. O YAMATO SC, com alta seletividade e longo residual, protege as lavouras de trigo, combatendo plantas como o Azevém, caruru e pé de galinha. Já o SONDA HT, ideal para o milho, controla eficazmente daninhas como Amendoim-bravo e Picão-preto, oferecendo ação sistêmica e de contato, sem necessidade de adição de óleo. Sua formulação pronta para uso garante praticidade e eficiência, com efeito pré e pós-emergente, ampliando o período de controle e melhorando a produtividade.
Para o controle de insetos, a empresa oferece o inseticida ZEUS, que atua de forma translaminar e sistêmica, possui efeito de choque e residual único, proporcionando proteção completa contra a Cigarrinha-do-milho e o Percevejo barriga-verde na cultura do milho. Já o TERMIUS com sua formulação inovadora potencializa ainda mais o controle das pragas de várias culturas, garantindo maior poder de choque e um residual prolongado. Essas tecnologias avançadas ajudam a aumentar a produtividade e rentabilidade das lavouras, promovendo um manejo sustentável. Essas soluções também são indicadas para o controle de insetos na cultura da soja.
Para o agricultor que também busca por fungicidas para o controle de doenças na soja, o FUSÃO EC destaca-se pelo controle eficaz da Ferrugem Asiática, além de ser eficiente contra Mancha-Alvo e Antracnose. Sua formulação permite facilidade de aplicação, sistemicidade e maior rapidez de absorção e translocação pelas plantas, garantindo performance superior, especialmente em períodos chuvosos. Já o SUGOY é um fungicida de tripla ação inédita no Brasil contra Ferrugem, Mancha-alvo, Antracnose e Oídio, sem causar qualquer problema de fito toxidade para a cultura da soja, proporcionando melhor performance e versatilidade na sojicultura.
Conhecimento relevante para o agricultor
A IHARA também leva para o evento conteúdo de qualidade e credibilidade. Durante o evento, especialistas do setor abordam temas de relevância para os agricultores, como os desafios no controle de pragas sugadoras nas culturas de soja e milho, o manejo de plantas daninhas resistentes e as previsões climáticas para as safras de verão e inverno no Paraná. Entre os palestrantes estão o doutor em Entomologia, professor e pesquisador Maurício P. Batistella Pasini; o pesquisador e doutor em Ciência das Plantas Daninhas, Leandro Paiola; e o agrometeorologista do Rural Clima, Marco Antônio dos Santos. A jornalista Kellen Severo media o talk-show Desafios e Oportunidades do Agro em 2025: Perspectivas Econômicas e Tendências para o Setor, com a participação de Dilvo Grolli, presidente da Coopavel.
Sobre a IHARA: A IHARA é uma empresa de pesquisa e desenvolvimento que há 60 anos leva soluções para a agricultura brasileira, setor no qual é reconhecida como fonte de inovação e tecnologia japonesa como uma marca que tem a credibilidade e a confiança dos seus clientes. A empresa conta com um portfólio completo de fungicidas, herbicidas, inseticidas, biológicos, acaricidas e produtos especiais somando mais de 80 soluções que contribuem para a proteção de mais de 100 diferentes tipos de cultivos, colaborando para que os agricultores possam produzir cada vez mais alimentos, com mais qualidade e de forma sustentável. Em 2022, a IHARA ingressou no segmento de pastagem, oferecendo soluções inovadoras para o pecuarista brasileiro. Para mais informações, acesse o site da IHARA.
O café, paixão nacional, está cada vez mais caro. Mas por quê? De acordo com dados do Instituto Brasileiro do Café (IBC), o preço do café arábica, o mais consumido no país, aumentou mais de 30% nos últimos seis meses, atingindo um patamar não visto em décadas.
Um dos principais motivos para essa alta é a seca intensa que atingiu as principais regiões cafeeiras do Brasil, como Minas Gerais e São Paulo. A falta de chuvas prejudicou a floração, o desenvolvimento dos frutos e a qualidade dos grãos, resultando em uma redução significativa na produção. Estima-se que a safra de 2023 tenha sido até 20% menor do que a do ano anterior.
Além da seca, outros fatores contribuíram para a alta dos preços. A valorização do dólar tornou o café brasileiro mais atrativo para o mercado internacional, aumentando as exportações e reduzindo a oferta interna.
A demanda global por café também está em alta, impulsionada pelo crescimento econômico de países como China e Índia. Essa maior procura elevou os preços no mercado internacional, pressionando os valores no Brasil.
Consequências
A alta dos preços impacta diretamente produtores, indústria e consumidores. Os produtores, apesar de obterem melhores preços por sua produção, enfrentam desafios como o aumento dos custos de produção e a incerteza em relação às próximas safras. A indústria cafeeira precisa ajustar seus processos e repassar parte do aumento dos custos para o consumidor final.
E para o consumidor, o impacto é direto no bolso. O café, que já era um item básico na cesta de compras, ficou ainda mais caro, levando muitos a reduzir o consumo ou buscar alternativas mais baratas.
Perspectivas e desafios
As perspectivas para os próximos meses são de estabilidade ou até mesmo de novas altas nos preços do café. A recuperação da produção leva tempo, e a previsão climática para os próximos meses ainda é incerta.
Para enfrentar esse cenário, produtores, indústria e governo precisam trabalhar em conjunto para encontrar soluções. O desenvolvimento de variedades de café mais resistentes à seca, a adoção de tecnologias para otimizar a produção e a busca por novos mercados consumidores são algumas das alternativas para garantir a sustentabilidade do setor cafeeiro brasileiro. Ou seja, nada em um curto prazo.
A Case IH, marca da CNH, participa do Show Rural Coopavel 2025, realizado em Cascavel (PR), de 10 a 14 de fevereiro, com quase 20 máquinas expostas e novidades tanto em maquinário quanto em tecnologia e serviços.
“Apresentamos no Show Rural nossos últimos lançamentos porque sabemos da importância dessa feira, que abre o calendário de eventos do ano. Com as tecnologias e funcionalidades das nossas máquinas, auxiliamos os produtores a reduzir os custos em todas as etapas do ciclo produtivo”, comenta Eduardo Penha, diretor de Marketing e Comunicação da Case IH para a América Latina.
Série 160
O grande lançamento apresentado pela marca pela primeira vez no Show Rural Coopavel é a Axial-Flow Série 160 Automation, nova série de colheitadeiras de grãos de médio porte, que compõem as classes de 5 a 7. A Série 160 tem renovação de 60% do seu maquinário, com destaque para o Sistema Automation e a conectividade de fábrica.
O Automation, já presente na Série 250, a maior linha de colheitadeiras da marca, usa recursos de machine learning e inteligência artificial para reduzir a operação de colheita para quatro modos, que proporcionam simplicidade e produtividade no uso. Isso é possível por meio de 12 sensores que coletam dados do sistema industrial para, então, se autorregular, encontrando o ponto exato de trabalho para cada situação e controlando automaticamente 90% das operações.
Um outro ponto forte da Série 160 é o novo sistema de peneira nivelante, o X-Flow, que garante alta performance para áreas inclinadas. O X-Flow conta com sistema de vibrações laterais que compensam inclinações em até 12 graus, além de ter uma área de limpeza de 5,3m². Em comparação com a série anterior, a Série 160 pode alcançar um aumento de 10% no rendimento operacional, além de economizar até 11% de combustível. Isso é possível tanto pelo Automation, que otimiza o uso da carga do motor, quanto pelo novo sistema de transmissão eletrônica, que torna mais eficiente o deslocamento da máquina.
Com tecnologia de ponta, marca leva a nova de colheitadeira Axial-Flow Série 160 Automation (Foto: Divulgação / Case IH)
Quadtrac 715
Outra novidade da Case IH no evento é o Quadtrac 715. O maior e mais potente trator já produzido pela marca usa esteiras ao invés de pneus e possui motor FPT Cursor 16, com 715 cv, podendo chegar a até 778 cv.
Além da potência, a máquina se destaca pelo sistema hidráulico aprimorado e o novo material rodante para serviço pesado, que oferece maior tração para acompanhar a potência do motor. Uma transmissão mais robusta transfere, com eficiência, o aumento de potência para o solo, além disso, o trator conta com novo design do capô, iluminação em LED de maior potência e um tanque de combustível de 1.968 litros.
Drone
Outra novidade que estará na feira é o Drone de Pulverização Case IH. Esse pré-lançamento foi apresentado, durante a Agrishow de 2024, e possui importação e distribuição no Brasil pela marca. Como uma solução para complementar o portfólio de pulverização da Case IH, o drone será oferecido em dois modelos, de 30 litros e 70 litros – esse último o de maior capacidade disponível atualmente do mercado.
Construção
Os visitantes que passarem pelo estande poderão ver também as máquinas da marca-irmã CASE Construction Equipment, como a retroescavadeira 580N S2 HD, a pá carregadeira 612E, a mini-escavadeira CX35D e a escavadeira hidráulica CX130C. Referência em inovação e versatilidade, os equipamentos da marca são indicados para atuar com eficiência operacional também em atividades no campo, como movimentação de insumos para preparação e correção do solo; no abastecimento de outros implementos indispensáveis para o plantio e movimentação dos grãos para o transporte. Podem ainda apoiar na infraestrutura da fazenda, auxiliando na manutenção, nos acessos, curvas de níveis e estradas internas.
Tecnologia e servitização
Para demonstrar todos os benefícios que a tecnologia e a conectividade trazem no dia a dia no campo, a marca apresenta um espaço dedicado para as suas soluções, como o Case IH FieldOps, novo aplicativo para gestão agrícola para que os produtores se conectem, visualizem e gerenciem suas operações na palma da mão. Para auxiliá-los ainda mais, há o Case IH Connect Room, sala de operações de gestão e monitoramento de dados em tempo real nas concessionárias e fábricas da marca.
Há ainda apresentação das demais soluções digitais da marca e serviços de pós-venda, além de atrações de experiência virtual e imersiva para conhecer cada detalhe das máquinas e soluções da Case IH.
Banco CNH
Reforçando sua trajetória de confiança e proximidade com a marca e rede de concessionários, o Banco CNH estará presente mais uma vez no Show Rural Coopavel, como principal parceiro comercial da New Holland/ Case IH. Com a missão de compreender as necessidades e perfis dos clientes e oferecer soluções financeiras completas, o Banco levará para a feira opções diferenciadas de financiamento, condições especiais para aquisição de seguros e o cartão Banco CNH para aquisição de peças e serviços – exclusivos para clientes da instituição. O Banco contará com uma equipe especializada presente no evento para garantir os melhores negócios para clientes e concessionários, consolidando seu compromisso de apoiar o desenvolvimento do país e de transformar sonhos em realizações.
Os drones agrícolas estão ganhando espaço no mercado devido às suas múltiplas aplicações: monitoramento de culturas com imagens multiespectrais, pulverização de precisão, análise de solos e automação de tarefas. Além disso, sensores avançados e câmeras térmicas, integrados ao ecossistema de IoT (Internet das Coisas), permitem uma gestão inteligente e eficiente das operações.
Essas inovações prometem movimentar globalmente R$ 10 bilhões até 2027 e alcançar R$ 23,11 bilhões em 2029. No cenário nacional, mais de 40% dos drones cadastrados já são utilizados na agricultura, com movimentação de R$ 1,5 bilhão até o final de 2022. As principais culturas beneficiadas incluem soja, cana-de-açúcar, café e fruticultura. Essa tecnologia reduz custos operacionais, aumenta a produtividade e melhora o controle por hectare, tornando o agronegócio mais sustentável e competitivo.
“Temos observado que o mercado de drones agrícolas está em forte expansão no mundo todo. Essa tecnologia deixou de ser tendência e já é uma realidade indispensável no campo, trazendo resultados expressivos em produtividade e redução de custos”, destaca Adriano Buzaid, CEO da Gohobby, empresa líder em distribuição de drones na América Latina e a primeira a trazer um carro voador e um robô humanoide ao Brasil.
Foto: Divulgação
Opções no mercado
Desde 2022, a Gohobby trabalha com equipamentos da DJI Agriculture, facilitando o acesso de produtores rurais a essa tecnologia de ponta, e também capacitando os operadores para a utilização do produto.
Os dispositivos que a empresa traz para o mercado agrícola hoje são o DJI Agras T50, com capacidade de 50kg de carga de dispersão e 40L de carga de pulverização, podendo realizar até 21,3 hectares por hora, além de radar de matriz faseado e sistema duplo de pulverização automatizada, e o DJI T25, com 25kg de carga útil de dispersão e 20L de pulverização, podendo realizar até12 hectares por hora.
Em 2025, a DJI pretende lançar três novos modelos: o DJI T100, DJI T70 e DJI T25P. Equipamentos com novas tecnologias embarcadas, trazendo mais benefício e precisão para o campo.
Após um ano desafiador, algumas empresas de distribuição de insumos agropecuários olham com otimismo para as possibilidades de crescimento em 2025 diante das projeções de safra recorde.
A Fex Agro é um exemplo. A distribuidora de insumos agrícolas com sede em Primavera do Leste (MT) encerrou 2024 com faturamento de R$ 139 milhões (queda de 8,7% na comparação com o ano anterior), mas projeta um crescimento de 62% em 2025, alcançando R$ 225 milhões. “O mercado exige adaptação constante e planejamento. Estamos preparados para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem, sempre com foco na segurança financeira dos nossos parceiros”, afirma Daniel Barbosa, CEO da empresa.
A expectativa se baseia em uma estratégia de diversificação que, em 2024, resultou em 60% da receita vinda dos insumos para lavoura, 30% de ingredientes de nutrição animal e 10% de grãos e óleo vegetal. “Essa diversificação nos dá uma vantagem competitiva, pois equilibramos os ciclos de recebimento. Nutrição animal tem um ciclo financeiro de 30 dias, enquanto os insumos agrícolas chegam a 180 dias. Este mix de produtos nos garante um fluxo de caixa mais saudável”, explica Barbosa.
Além de crescer no setor, a Fex Agro também está expandindo presença no território nacional. A empresa planeja abrir uma nova unidade em Minas Gerais focada em nutrição animal, e tem prospectado novas frentes de negócio, como a comercialização de insumos para as culturas de gergelim e amendoim.
Cautela
Apesar do pior momento ter ficado para trás, a Fex Agro inicia 2025 com um olhar atento às oportunidades sem se esquecer do risco. Embora as previsões da Conab para a safra 2024/25 tragam otimismo, a empresa reforça que o caminho para um ano bem-sucedido passa pela cautela. “2024 foi marcado por desafios financeiros significativos. O agronegócio brasileiro enfrentou margens apertadas tanto na lavoura quanto na pecuária de corte, enquanto o mercado interno de soja viu preços atípicos que impactaram a receita dos sojicultores, ampliando as incertezas no setor”, avalia o executivo.