Queda de ponte afeta logística do agronegócio na região do Matopiba

por Jayme Vasconcellos*, com informações da Agência Brasil

A queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira sobre o rio Tocantins teve um impacto significativo na logística de transporte rodoviário na região. A estrutura, que fazia parte da BR-226 e ligava os estados do Tocantins e do Maranhão, era uma importante artéria para o escoamento de produtos agrícolas e minerais. No último domingo (22/12), o vão central da ponte, de 533 metros de extensão, cedeu. Até o momento, as autoridades confirmam que quatro pessoas morreram e outras treze estão desaparecidas.

Com o desabamento, o tráfego foi desviado para outras rotas, aumentando o tempo e o custo de transporte. Isso já tem afetado negativamente a economia local, especialmente o agronegócio, que depende do transporte eficiente para manter sua competitividade. O escoamento da safra de grãos 2024/2025, que deve ser colhida a partir de abril na região, deve ser impactado, pois até lá o tráfego na ponte possivelmente não terá sido restabelecido.

Além disso, a interrupção também causou problemas para o abastecimento de mercadorias essenciais, como alimentos e medicamentos, para as comunidades locais. A falta de infraestrutura adequada e a necessidade de investimentos em manutenção e conservação das rodovias foram destacadas como principais causas do acidente.

Foto: Corpo de Bombeiros / Governo do Tocantins

Rotas alternativas

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) divulgou rotas alternativas para os usuários da rodovia. Os motoristas do Tocantins devem acessar a estrada que vai de Darcinópolis a Luzinópolis, chegar na BR-230 e seguir até o km 101 (cidade de São Bento). Em seguida pegar a direita, sentido Axixá e Imperatriz (MA).

Quem vai do Maranhão deve acessar a BR-226 em Estreito até Porto Franco. De Porto Franco os usuários devem seguir pela BR-010 até Imperatriz.

Contaminação da água

Caminhões que caíram da ponte provocaram a contaminação da água do rio e a interrupção preventiva do fornecimento da água para os moradores da região. As carretas transportavam cerca de 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, produto químico corrosivo.

Após monitoramento e análises técnicas, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) emitiu um parecer afirmando que não há risco no consumo da água do rio. Em nota, a ANA afirmou que a captação da água para abastecimento de Imperatriz (MA) será retomada imediatamente.

Investigação

A Polícia Federal (PF) informou que começou a investigar a queda da ponte. Em nota, a corporação disse que as ações serão conduzidas pelas superintendências regionais da PF no Maranhão e no Tocantins. O DNIT também vai investigar as causas do acidente. O órgão informou que instaurou uma sindicância para apurar causas e responsabilidades sobre o desabamento.

Reconstrução da ponte

Para mitigar os efeitos da queda da estrutura, autoridades estaduais e federais precisam trabalhar juntas para estabelecer soluções temporárias e permanentes. Isso inclui a construção de uma nova ponte, melhorias nas rotas alternativas e investimentos em infraestrutura viária. A cooperação entre os setores público e privado é fundamental para minimizar os impactos econômicos e garantir a fluidez do transporte na região.

Nesse cenário, o Ministério dos Transportes informou que um decreto de emergência destinará mais de R$ 100 milhões para a construção de uma nova ponte. A expectativa é que os recursos sejam liberados ainda este ano.

*Jornalista e radialista. Editor-chefe do Agricultura e Negócios. Autor do livro “Liderança: desvendando os segredos para inspirar e conduzir no século XXI” e especialista em Comunicação e Marketing.

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