por Jayme Vasconcellos*
A irrigação assume um papel crucial na agricultura moderna, garantindo a produtividade das lavouras e a sustentabilidade das culturas em um cenário cada vez mais desafiador, de mudanças climáticas e redução da oferta hídrica em diversas regiões.
A escolha do sistema de irrigação ideal para uma fazenda de pequena escala depende de uma série de fatores, incluindo o tamanho da área a ser irrigada, o tipo de cultura a ser cultivada, a disponibilidade de hídrica e o orçamento disponível.
Sistemas de irrigação por aspersão e microaspersão são mais eficientes em áreas grandes, enquanto sistemas de irrigação por gotejamento são mais eficientes em áreas pequenas. Outro ponto que necessita de consideração é o tipo de cultura a ser plantada. Algumas culturas, como as hortaliças, são mais sensíveis à falta de água do que outras, como as pastagens. A disponibilidade de água também é importante na equação. Se a água é escassa, sistemas de irrigação mais eficientes, como o gotejamento, são mais recomendados. E, por fim, a avaliação do orçamento disponível se faz imprescindível. Sistemas de irrigação mais complexos, como o gotejamento, geralmente são mais caros que sistemas mais simples, como o de aspersão.
Considerando os fatores expostos (tamanho da área, disponibilidade hídrica, cultura a ser plantada e orçamento), o sistema de irrigação que provavelmente dará os melhores resultados para uma fazenda de pequena escala é o gotejamento. Esse sistema é sustentável, eficiente em áreas pequenas, é adequado para uma variedade de culturas, é relativamente econômico e pode ser automatizado, o que economiza trabalho. Com uma escolha adequada, o sistema de irrigação pode ser um investimento valioso que ajudará a aumentar a produtividade da fazenda.
Chácara Bucãina
A Chácara Bucãina, localizada em Alexânia, Goiás, tem como atividade principal a plantação de pimentão. As sementes plantadas dão origem ao pimentão amarelo, verde e vermelho.
O principal sistema de irrigação utilizado na propriedade é o de gotejamento. Apesar do valor gasto para instalação ser mais elevado, o gotejamento foi escolhido por ser um sistema de irrigação localizado / direcionado para o “pé da planta”, o que aumenta consideravelmente a precisão da irrigação, diminuindo o desperdício do recurso hídrico e permitindo a fertirrigação (que é o processo de aplicação de fertilizantes via irrigação).

No local, o sistema de irrigação é ligado duas vezes por dia, pela manhã e à tarde, durante 30 minutos em cada turno. Além da água, o sistema provê nutrientes / fertilizantes para as plantas, e também defensivos agrícolas (fertirrigação).
Importante ressaltar, contudo, que o sistema de a microaspersão também está instalado nos canteiros das estufas, e é utilizado – principalmente – para o controle da temperatura em dias muito quentes e secos.
*Jornalista, técnico em agronegócio e editor-chefe do Agricultura e Negócios.
Conteúdo originalmente apresentado como artigo científico no II Congresso Nacional de Sustentabilidade Online.







