Câmara aprova projeto que pune invasão de terra

com informações da Agência Brasil

A Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do projeto que pune quem promover ou realizar ocupações de terras rurais e prédios públicos no Brasil. Foram 336 votos favoráveis e 120 contrários ao texto. Todos os partidos apoiaram a medida, exceto PT, PCdoB, PV, PSB, PSOL e Rede.

Ao apresentar o projeto no ano passado, o deputado Marcos Pollon (PL-MS) justificou que ele era necessário. “O Brasil acompanhou aflito a uma onda de ações criminosas, estimulada pelo MST, conhecida como ‘Carnaval Vermelho’, que tinha por objetivo a ocupação ilegal de propriedades privadas. Ações terroristas se estenderam por diversos estados do Brasil”, disse o parlamentar.

Pelo texto, quem participar de ocupação ou invasão de propriedades rurais privadas, públicas ou de prédios públicos, fica proibido de ser beneficiário de reforma agrária, de receber qualquer benefício do governo federal, como o Bolsa Família ou participar do Minha Casa Minha Vida, de participar de concurso público, entre outras restrições.

Para a deputada federal Erika Kokay (PT/DF), o texto é inconstitucional por criminalizar a luta pela reforma agrária. “Ele tem um único objetivo: criminalizar os movimentos sociais. O maior movimento social da América Latina, o MST, eles querem criminalizar. E eu entendo por que eles têm raiva do MST: porque o MST trabalha com a democratização da terra, trabalha para fazer valer o fato de que a terra tem que ter uma responsabilidade social”, justificou.

Já o deputado Tadeu Veneri (PT-PR) questionou se o projeto iria punir grileiros de terra pública que são grandes fazendeiros. “Os grileiros que entraram e entram em reservas indígenas, os grileiros que, no Amazonas, no Pará, em Rondônia, em Roraima e no Paraná, tomaram terras do Estado e hoje se dizem fazendeiros também nós queremos saber se serão penalizados”, perguntou.

O relator da matéria foi o presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), o deputado Pedro Lupion (PP/PR), que rebateu as críticas ao projeto. “[O projeto] é justamente para que a ordem seja mantida e que as leis sejam cumpridas. O que motiva invasões de propriedade neste País é a certeza da impunidade, é a certeza de que a legislação é falha, é a certeza de que nada vai acontecer”, disse.

MST

Procurado, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) informou que ainda irá se manifestar sobre o tema e justificou as ações de ocupação de terra citando o artigo 184 da Constituição Federal, que diz que “compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social”. Segundo o grupo, as ocupações tem como objetivo pressionar o Estado para que ele cumpra com a função social da terra e promova a reforma agrária.

Foto: Rodolfo Stuckert / CNJ

Aposentadoria rural: quem trabalha no campo tem regras próprias

O número de pessoas trabalhando no agronegócio brasileiro somou 28,34 milhões em 2023, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Trata-se de um recorde da série histórica, iniciada em 2012. A participação do setor no total de ocupações do Brasil no ano passado foi de 26,8%. A população ocupada no agronegócio cresceu 1,2% (ou aproximadamente 341 mil pessoas) de 2022 para 2023.

E quem trabalha no campo tem uma data de reconhecimento, 25 de maio é o Dia do Trabalhador Rural. E eles possuem regras específicas para quando vão se aposentar. Ao invés de precisar comprovar tempo de contribuição, o trabalhador precisa comprovar que estava se dedicando à atividade rural. O advogado previdenciarista, Jefferson Maleski, do escritório Celso Cândido de Souza (CCS) Advogados, explica que essa comprovação nem sempre é fácil.

“Nem todos guardam essas provas para poder comprovar o tempo de atividade rural. É preciso fazer uma busca ativa na documentação que a demonstre. Notas fiscais compradas no nome de algum dos membros da família, por exemplo, no nome do esposo podem servir para a esposa também, para os dois serem considerados rurais. Certidão de nascimento que conste a profissão dos pais como lavrador, fichas médicas, comprovantes de matrícula escolar dos filhos, qualquer documento que demonstre ou a profissão de lavrador ou então o endereço que eles moram na zona rural”.

O especialista destaca que os trabalhadores rurais podem ver a relação de documentos que servem como prova de aposentadoria na legislação que trata do tema. “É interessante mencionar que a própria lei já traz uma lista de exemplos de documentos para provar a atividade rural. Essa lista está no artigo 106 da Lei 8.213, de 1991. Inclusive, no último item da lista prevê que outros documentos podem servir de provas, como, por exemplo, fotografias da atividade rural. Alguém que tirou uma foto na plantação, no meio do gado, entre outros”.

Outras relações de trabalho no campo

Desde 1995, a Lei 9.063 incluiu o contrato de arrendamento, parceria, meação ou comodato rural como início de prova material da atividade rural. Nestes tipos de contrato, ao invés do trabalhador ter a carteira assinada, ele trabalha para o proprietário da terra e recebe, como contrapartida, uma parte da produção ou a permissão para morar e fazer produção de subsistência em parte da propriedade. Jefferson Maleski ressalta que é neste grupo onde encontra-se a maior dificuldade de comprovação da atividade e o motivo é a falta de documentação.

“Culturalmente e até pela distância da cidade, o trabalhador do campo acaba negligenciado detalhes que são importantes na hora da aposentadoria, como o reconhecimento de firma no contrato”, explica o advogado previdenciarista. Ele explica que os contratos de arrendamento ou de comodato, para valer como prova documental, precisam ter firma reconhecida da época que ele foi assinado e, geralmente, os trabalhadores rurais, quando fazem esse contrato só colocam a data normal e não vão reconhecer firma no cartório. “E isso acaba invalidando o contrato como uma prova daquela época que ele assinou. Para evitar fraudes esse documento passa a ser válido como prova se o reconhecimento de firma constar na mesma data do contrato”, alerta.

Foto: Freepik

Chuvas no RS: silos em alagamentos podem produzir gases inflamáveis

O alagamento de silos usados para armazenagem pode fazer com que os grãos dentro das unidades produzam gases inflamáveis, provocando explosões. O alerta foi feito pela Kepler Weber, empresa especializada em soluções de pós-colheita, e que tem fábrica em Panambi, no Rio Grande do Sul. 

Segundo a empresa, como o grão é um ser vivo, o contato com a água eleva a umidade e faz com que o produto, em decomposição, produza os gases.  “As unidades de armazenagem são compostas por estruturas metálicas e também por componentes elétricos, que podem produzir faíscas e ativar uma explosão”, afirma Marcelo Jungbeck, especialista em cálculo estrutural da companhia.

Além de explosões, os gases representam risco direto à saúde. “Estes gases podem não ter cheiro, em algumas situações, mas provocam desmaios quando inalados, com grande risco de acidente fatal, especialmente em ambientes confinados”, explica Klaus Schemmer, gerente comercial da Kepler Weber. 

Vistoria gratuita

O Rio Grande do Sul concentra a maior quantidade de unidades de armazenagem do Brasil. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), são 4,8 mil armazéns. Ainda não há dados de quantas unidades foram afetadas, mas a situação de calamidade do Estado levou a Kepler Weber a oferecer, por 60 dias, um serviço gratuito de vistoria nos silos da marca. “É uma assistência que só podemos oferecer aos nossos clientes, porque depende do memorial de cálculo do projeto que apenas o fabricante tem”, explica Bernardo Nogueira, CEO da Kepler Weber, que destaca a importância de uma avaliação de engenheiro de todas as unidades afetadas pela água.

Outras recomendações

– Isole o local onde está instalada a unidade de armazenagem. O alagamento pode provocar aumento de volume dos grãos, pressionando a estrutura da unidade e podendo causar um colapso.

– Antes de qualquer intervenção na unidade, solicite a vistoria de um engenheiro responsável.

– Não remova chapas laterais do silo. Isso pode comprometer a estrutura da unidade e provocar um desabamento.

– A extração do grão deve ser feita pela parte superior do silo, sempre após análise de um especialista.

Foto: Reprodução / Revista Incêndio

AgroBrasília 2024: inovação e tecnologia para o cerrado brasileiro

Criada como um centro de difusão de conhecimentos a serem demonstrados aos seus cooperados, a AgroBrasília abriu as portas celebrando seus 15 anos de realização presencial, para mostrar o melhor da tecnologia agropecuária focada para esta região do cerrado brasileiro. Segundo o presidente da feira e da Coopa-DF, José Guilherme Brenner, a feira é um ambiente onde sempre há novidades apresentadas pelos participantes e é uma boa oportunidade de aprender técnicas para serem aplicadas nas propriedades rurais. Conforme ele, a expectativa é positiva. “Temos um número recorde em relação à edição passada, com 592 expositores, e esperamos um grande público. Para os negócios, temos uma expectativa de reproduzir pelo menos o valor em propostas de 2023, que foi de R$ 4,8 bilhões. Vamos disponibilizar alternativas de crédito para o produtor rural por meio das instituições financeiras presentes”, destacou o presidente.

Destaques

Uma novidade no evento é o Pavilhão de Inovação, um espaço dinâmico e imersivo de 400m² desenvolvido em parceria com a SoluBio e a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF). Nele serão apresentadas inovações aplicáveis ao agronegócio, como soluções em agricultura de precisão, conectividade, sensoriamento, monitoramento inteligente, nanotecnologias, bioinsumos, biotecnologias e inteligências artificiais que estão revolucionando o setor. “Essa é a primeira vez do Pavilhão de Inovação e Tecnologia na AgroBrasília. Teremos 29 empresas, sendo 20 delas startups”, detalhou Rose Monnerat, diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da SoluBio, co-gestora do Pavilhão.

“A área da Emater-DF dentro da feira tem quase 3 hectares que serão compostos por 8 circuitos tecnológicos onde vamos apresentar novidades e tecnologias que o pequeno produtor rural pode implementar em sua propriedade. Então será um grande dia de campo, com tecnologias sociais, irrigação automatizada no circuito de olericultura, além dos circuitos temáticos da fruticultura, floricultura, avicultura, aquicultura, bovinocultura e agroindústria, onde todos eles vão apresentar uma tecnologia destacada”, informou Cleison Duval, presidente da Emater-DF.

Outra novidade é o espaço desenvolvido pelo Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), referência na implementação e divulgação das práticas sustentáveis da agricultura e produção agroalimentar. “Aqui vamos mostrar ao produtor rural o que é o GAAS e em que estão baseadas as nossas práticas de forma detalhada. Vamos focar em qualidade do solo com o uso mínimo de insumos que são ofensivos à vida”, disse Eduardo Martins, presidente do GAAS.

Já a Embrapa terá uma programação repleta de “gramíneas, leguminosas forrageiras, mandioca de indústria, fruticultura, hortaliças, Integração Lavoura-Pecuária e Floresta (ILPF), novas variedades de milho, sorgo, feijão e até um pré-lançamento de girassol adaptado para a região do cerrado”, comentou Fábio Faleiro, chefe adjunto de transferência de tecnologia e pesquisador da Embrapa. A Agropecuária Hartos, por sua vez, pretende apresentar sua história, experiência e produtos ligados à genética de animais para bovinos, suínos, ovinos e equinos. Os visitantes terão a oportunidade de ver de perto produtos relacionados às raças Brangus (bovinos), Duroc, Large White e Landrace (suínos), Dorper e White Dorper (ovinos) e equinos das raças Crioulo e Quarto de Milha”, detalhou o sócio-diretor Alexandre Cenci.

Serviço: AgroBrasília 2024 – 15 anos

Data: 21 – 25/05

Horário: 8h30 – 18h

Local: Parque Tecnológico Ivaldo Cenci – AgroBrasília – BR 251 km 5 – PAD-DF

Foto: Trilux / Divulgação

Chuvas no RS: catástrofe é um evento climático extremo

com informações da Agência Brasil

Desde o final de abril, o Brasil assiste às imagens das águas que dominam cidades e levam vidas no Rio Grande do Sul. Expressões como catástrofe socioambiental, emergência climática, adaptabilidade e resiliência dominam os noticiários e passam a integrar o vocabulário de autoridades e da população brasileira, na busca por explicações e soluções aos eventos climáticos extremos.

Referência mundial para estudos ambientais e mudanças climáticas, o meteorologista brasileiro Carlos Nobre explica, em entrevista exclusiva à Agência Brasil, o que são os eventos climáticos extremos e porque a situação no Rio Grande do Sul foi classificada dessa forma.

Agência Brasil: O que é um evento climático extremo?

Carlos Nobre: É quando você tem um evento meteorológico que sempre aconteceu, por exemplo, chuvas mais intensas, prolongadas, de grandes volumes. Outro evento extremo pode ser uma seca muito intensa, pouquíssimas chuvas, seca longa, ou ondas de calor, com temperaturas passando muito da média. Isso sempre aconteceu na natureza, são fenômenos naturais. Agora esses fenômenos estão se tornando muito mais frequentes. O que acontecia uma vez a cada década, hoje ocorre a cada dois anos ou até a cada ano, e batendo recordes.

Então, além de se tornarem mais frequentes, são fenômenos mais intensos, como é o caso das chuvas no Rio Grande do Sul, que bateram todos os recordes. Nunca, mais de 60% do território gaúcho mostrou um volume de chuva maior que 800 milímetros. Os dados mostram que, em menos de 15 dias, choveu o mesmo que em cinco meses em todo o estado e a previsão é de uma nova frente fria chegando com mais chuvas. Não é o mesmo volume que vimos na semana passada, mas os níveis dos rios continuarão altos e a população das áreas baixas vão continuar enfrentando alagamentos.

Isso está acontecendo em todo o mundo. Então, não é algo raro que vai acontecer a cada cem anos, não é um fenômeno extremo raríssimo. As mudanças climáticas – devido ao aquecimento global causado por gases do efeito estufa que lançamos na atmosfera – são a razão para que eventos extremos estejam se tornando mais frequentes e batendo recordes.

Agência Brasil: O que mudou na relação do homem com o planeta que fez com que chegássemos a esse ponto?

Carlos Nobre: Foi exatamente o que chamamos de aquecimento global de origem humana. Quando olhamos a história de bilhões de anos do planeta Terra, já tivemos – mais de 200 milhões de anos atrás –, um evento de vulcões e terremotos que lançou tanto gás carbônico na atmosfera, que a temperatura ficou muito mais alta e foi uma das causas da extinção de muitas espécies.

Nós já tivemos isso como fenômeno natural, mas desta vez não é nada natural. Praticamente, quase 100% do aumento desses gases do efeito estufa – que impedem a terra de perder calor com mais rapidez e eficiência –, é resultado da queima de combustíveis fósseis – o petróleo, o carvão, o gás natural – e de emissões devido ao desmatamento, que responde por cerca de 12% das emissões; somado à agricultura, que chega a cerca de 25% das emissões. A produção industrial também emite.

Já aumentamos em 50% a concentração de gás carbônico – dióxido de carbono; aumentamos em quase 150 vezes a quantidade de metano, que é um gás muito poderoso para aquecer o planeta. E o planeta mais quente tem mais evaporação de água nos oceanos e você cria os eventos meteorológicos extremos, eventos oceânicos mais extremos, como os três El Niños mais fortes do registro histórico (1992/93, 2015/16 e 2023/24). Todos os oceanos estão mais quentes. Então, essa é a causa de estarmos quebrando esses recordes em todo o planeta e no Brasil também.

Agência Brasil: É possível reverter o aquecimento global?

Carlos Nobre: Reverter o aquecimento global se torna praticamente impossível, porque o próprio metano tem um tempo pequeno de residência na atmosfera, de 9 a 11 anos. Reduzir as emissões de metano seria muito importante, porque o metano é muito poderoso. O metano que tem na atmosfera responde por cerca de 0,5ºC do aquecimento. Então, é muito importante reduzir o metano, porque podemos fazer a temperatura não subir mais e talvez até reduzir, mas é um enorme desafio.

Uma grande parte da emissão de metano vem da agricultura e, principalmente, da pecuária. O boi tem a fermentação entérica, que é a fermentação da grama que ele come, que produz metano. Uma série de outras atividades também produz metano. Ele compõe grande parte do gás natural e na produção, muitas vezes, ele vaza para a atmosfera. Já o gás carbônico fica, em média, 150 anos na atmosfera. Cerca de 15% do gás carbônico que entra na atmosfera hoje vai continuar mil anos lá. E o óxido nitroso, que é outro gás superpoderoso do efeito estufa, também ficará mais de 250 anos. Tem tanto gás na atmosfera, que mesmo zerando as emissões, o aquecimento continua. Se tivermos pleno sucesso de zerar as emissões até 2050, as temperaturas poderão começar a equilibrar no próximo século, não neste.

Agência Brasil: E o que será necessário para as pessoas sobreviverem ao longo de todo esse tempo?

Carlos Nobre: Não há a menor dúvida de que esses eventos, que já estão acontecendo, não têm volta. As emissões continuam aumentando, e existe até grande probabilidade que o aumento da temperatura ultrapasse 2ºC e não fique em 1,5ºC. A busca por soluções de adaptação não é mais um plano futuro, é um plano passado, que já devia estar ocorrendo no mundo inteiro, com muito mais rapidez e eficiência. Não estamos vendo uma busca por adaptações para eventos que já estão acontecendo. O exemplo é esse, no Rio Grande do Sul. Os países desenvolvidos estão gastando mais recursos em adaptação, muito em infraestrutura, preparando os portos para o aumento do nível do mar, mas nem assim estão buscando o que é necessário.

Nos países em desenvolvimento não vemos quase nenhuma adaptação. A gente está vendo toda a infraestrutura do Rio Grande do Sul afetada, as pontes derrubadas pela enxurrada dos rios, as casas todas inundadas. No Brasil, temos pouquíssima adaptação. Vemos mais os eventos de chuva, mas também não estamos adaptados para os eventos de seca. Batemos recorde com secas mais fortes do Amazonas e do Cerrado, em 2023 e 2024. A agricultura brasileira não está adaptada para eventos extremos. Veja aí a perda de produção de arroz que o Rio Grande do Sul teve com a chuva, e as secas são o principal fator de perda de safra. Então, não tem desculpa, precisamos não só reduzir as emissões, mas acelerar muito a adaptação.

Agência Brasil: O que é necessário ser feito?

Carlos Nobre: Temos que tornar as populações muito mais resilientes. No caso do Brasil, o Cemaden [Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais] já vem fazendo estudos, e milhões de brasileiros não podem mais continuar morando em áreas de risco, na beira do rio, em encostas muito íngremes. E também precisamos aperfeiçoar muito os sistemas de alerta.

Com as previsões meteorológicas é possível anunciar um evento de extremo climático com dias de antecedência, como o Cemaden alertou o Rio Grande do Sul e a Defesa Civil. Mas nós precisamos fazer com que esses sistemas de alerta estejam em todos os lugares de risco. O Cemaden está concluindo um estudo que aponta mais de 1,9 mil municípios com áreas de risco de deslizamentos, inundações e enxurradas. São áreas onde devem ser instalados sistemas de sirenes como já temos na região serrana do Rio de Janeiro, por exemplo. Lá, a população já está mais capacitada, há locais para onde deve se deslocar, quando as sirenes tocam. Então, isso precisa ser feito em milhares de cidades brasileiras. Somos muito mal preparados para informar a população sobre eventos extremos.

No Brasil, quase duas mil cidades são avaliadas com riscos, então, a nossa classe política tem que fazer como têm feito nesses dias, quando o Congresso aprovou à jato a transferência de recursos para o Rio Grande do Sul. Os políticos estaduais têm que aprovar também à jato a criação de sistemas de alerta em quase dois mil municípios com enormes áreas de risco. Isso demanda centenas de bilhões de reais que precisam ser investidos para melhorar a ação da Defesa Civil e nós temos que fazer isso para ontem. Em médio prazo, uma década, buscar soluções para remover mais de 3 milhões de brasileiros que moram nessas áreas de altíssimo risco.

Produtores de café investem no preparo do solo para tirar proveito do bom cenário mundial para o produto

Com uma perspectiva de aumento de 5,5% na safra do café em 2024, com relação ao ano anterior, de acordo com a Central Nacional de Abastecimento – Conab, as informações sobre um cenário mundial atribulado não poderiam vir em melhor hora para o produtor brasileiro. O Brasil é atualmente o maior produtor da espécie arábica e o segundo produtor mundial da espécie robusta, ficando atrás apenas do Vietnã.

Com uma colheita menor do café no Vietnã e os conflitos no Mar Vermelho, que interferem no transporte marítimo, os compradores internacionais já estão recorrendo ao café nacional. Prova disso é que, pela primeira vez na história, o preço do café conilon do Espírito Santo superou a marca de R$ 1 mil a saca de 60 kg, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Cepea.

Para aproveitar o cenário e conseguir o aumento na produtividade, o produtor deve investir no uso de ferticorretivos, que atuam em duas vertentes: na correção do solo, com a neutralização do Alumínio (Al) e na nutrição, com Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg) de pronta assimilação. O engenheiro agrônomo da Agrolitá, Maurício Casagrande explica que “o Mg combinado ao Nitrogênio (N) aumenta a produção de clorofila, garantindo que a folha fique verde por mais tempo e todos os nutrientes sejam distribuídos pela planta e, consequentemente, cheguem ao fruto”. 

Um dos produtores que está satisfeito diante do cenário mundial é Marcel Reis Naves, de Carmo da Cachoeira, no sul de Minas Gerais, animado com a boa colheita e os preços em disparada. Após constatar, em outubro do ano passado, que o solo apresentava deficiência nutricional, Marcel fez uso Naturalle, ferticorretivo da Agrolitá e conseguiu uma boa produção. “Quando a gente iniciou a análise do solo, o nível do Magnésio (Mg) estava em 3%, quando o normal é 13%. Ficamos muito preocupados, porque o Mg é o que faz rodar a produtividade. Fizemos a aplicação e apenas um mês depois, o solo já apresentava um nível de Mg satisfatório para garantir uma produção saudável”, explica Marcel.

Com o fim da colheita do café, que deve acontecer até meados de agosto, novamente será necessário fazer a correção e a nutrição do solo. Maurício Casagrande, da Agrolitá, explica que os ferticorretivos proporcionam o aumento da florada, melhora na coloração da folha e maturação uniforme dos grãos do café. “Os ferticorretivos apresentam uma vantagem extra, pois além da nutrição, também atuam como corretivo de solo, promovendo o equilíbrio do pH”. 

Sobre a Agrolitá: A Agrolitá é uma marca da Caltec, responsável pelo desenvolvimento e comercialização de uma a linha de fertilizantes [CR5] voltados ao hortifruti. Criada para atender ao setor de HF, um público exigente que precisa de resposta rápida em suas culturas, oferece produtos de fácil aplicação, alto escoamento e resultados imediatos. Com mais de 75 anos de história, a Caltec é líder no fornecimento de magnésio reativo para indústrias e agronegócios. Mais informações em http://agrolita.com.br/

Foto: Divulgação

Morre a deputada federal Amália Barros

A deputada federal Amália Barros (PL-MT) morreu aos 39 anos, em decorrência de complicações após procedimento cirúrgico. Amália estava internada no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, desde o dia 1º de maio, quando realizou uma cirurgia para a retirada de um nódulo no pâncreas.

No sábado (11), por volta das 17h, a equipe de Amália divulgou uma nota informando que ela passaria por nova cirurgia para tratar complicações no fígado. Na madrugada deste domingo (12), publicaram um novo comunicado sobre o falecimento da deputada. Na última quinta-feira (9), a parlamentar já havia passado por um procedimento adicional de radiointervenção e ficou em estado grave.

Trajetória

Amália foi eleita deputada federal em Mato Grosso, em 2022. Ela ainda era vice-presidente do PL Mulher nacional e chegou a participar de comissões dos Direitos da Mulher, da Educação na Câmara dos Deputados, e da Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência. A parlamentar não tinha o olho esquerdo, que perdeu aos 20 anos devido a uma toxoplasmose.

Foto: Reprodução / Redes Sociais

Chuvas no RS: enchentes afetam milhares de animais da pecuária

As fortes chuvas no Rio Grande do Sul causaram estragos no setor pecuário da região, impactando milhares de bovinos, suínos e aves criadas para consumo. As enchentes tiveram consequências diretas nos animais, com centenas sendo arrastados pela correnteza ou se afogando em galpões inundados.

Mesmo em regiões menos afetadas pelas chuvas, milhares agora enfrentam o risco de falta de alimento e outros problemas ocasionados por bloqueios nas rodovias, danos de infraestrutura, interrupções no abastecimento de água, falta de funcionários e paralisação dos abates. Em nota, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estimou que ao menos 10 unidades produtoras de carne de aves e suínos estão paralisadas ou com dificuldades extremas de operar e podem levar mais de 30 dias para se normalizar.

“Em tragédias como a enfrentada pelo Rio Grande do Sul, nos preocupa que os animais na pecuária sejam vistos apenas como um prejuízo comercial e não como milhares de vidas em sofrimento. Esses animais também sentem medo, fome e a escala do impacto é assustadora — algumas das regiões mais impactadas são grandes produtoras agropecuárias, como o Vale do Taquari, que abate quase 2 milhões de porcos por ano. Só na cidade de Nova Bréscia são quase 2 mil frangos por habitante”, aponta Cristina Diniz, diretora da ONG Sinergia Animal no Brasil.

Em uma granja em Harmonia, no Vale do Caí, dezenas de frangos morreram afogados. Já no município de Triunfo, a água chegou na altura do pescoço dos bovinos. Em entrevista ao Globo Rural, uma empresa contratada para resgatar animais de 80 produtores rurais relatou que muitos estavam em galpões fechados e acabaram falecendo antes de serem socorridos. Em três dias, a empresa conseguiu resgatar mais de 500 bois na região.

O número ainda é proporcionalmente baixo. Com os esforços focados na população e, quando há atenção aos animais, majoritariamente cães e gatos, as espécies criadas para consumo acabam não sendo priorizadas. O Rio Grande do Sul é um dos principais produtores de carne do país. De acordo com o IBGE, o estado acumula um rebanho de quase 12 milhões de bovinos, 573 mil de porcos e 22 milhões de galináceos.

“Grande parte dos animais na pecuária são criados em altas concentrações e são impossibilitados de fugir ou de buscar abrigo em áreas mais elevadas, como fariam na natureza. Eles não têm opção. Ficam presos em galpões ou até mesmo em gaiolas individuais, como é o caso das porcas gestantes e de centenas de bezerros na indústria do leite. Em caso de enchente, esses animais podem agonizar por horas ou até dias antes de se afogar”, lamenta a bióloga especialista em bem-estar animal, Patricia Tatemoto.

Búfalos e porcos arrastados pela água

Mesmo em criações extensivas as chuvas fortes têm gerado problemas. Nas redondezas de Porto Alegre, os moradores se surpreenderam com búfalos correndo pela cidade. Cerca de 200 animais de uma fazenda na ilha do Lage, no rio Jacuí, foram levados pela correnteza e arrastados por mais 20 quilômetros.

No Vale do Taquari, diversas imagens gravadas por moradores de Roca Sales mostram dezenas de porcos vitimizados pela enchente ao longo de uma estrada rural. A cidade registrou cenas semelhantes a menos de um ano, em setembro de 2023, após a passagem de um ciclone — na época, viralizou nas redes sociais um vídeo com porcos tentando desesperadamente se abrigar em cima de um telhado.

“É preciso urgentemente estabelecer planos de contingência eficazes e que incluam esses animais. O sistema de produção industrial vem intensificando a reprodução e criando rebanhos cada vez maiores, em condições não naturais. O setor pecuário é responsável por essas vidas e deve garantir a sua segurança e condições mínimas de bem-estar em caso de desastres naturais”, argumenta Diniz.

No início do ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou para o aumento de ocorrências climáticas extremas, agravadas também pela pecuária industrial, e o seu impacto em países do Sul Global.

Falta de alimentos, infraestrutura e paralisação nos abates

Além das consequências diretas, a chuva também está causando problemas logísticos e de infraestrutura que podem impactar o bem-estar de milhares de animais. Inclusive em regiões menos impactadas pela chuva, que dependem das rodovias e de outras cidades para suas operações.

Com os bloqueios nas estradas, a principal preocupação é a instabilidade no fornecimento de ração e no transporte de animais, assim como funcionários. A situação é agravada pela paralisação dos abates. Em São Sebastião do Caí, o frigorífico Agrosul Agroavícola teve que suspender as operações por não conseguir trazer funcionários, nem transportar animais vivos ou escoar a carne já produzida. A planta abate 100 mil aves por dia e recebe animais de 90 municípios gaúchos.

“A pecuária industrial opera em grande escala, mesmo um ou poucos dias sem abates podem criar um efeito dominó com consequências terríveis para o bem-estar de animais — que já vivem em condições intensas. É um modelo insustentável. O volume de animais que aguardam processamento pode sobrecarregar rapidamente a capacidade limitada das instalações onde são criados, podendo levar à superlotação, ao aumento dos níveis de estresse e do risco de lesões ou mesmo de transmissão de doenças”, explica a especialista em bem-estar animal.

Granja de suínos em Rodeio Bonito – RS (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

Chuvas no RS: prejuízo para a agricultura já é de R$ 560 milhões*

As recentes chuvas que assolam o Rio Grande do Sul já deixaram um rastro de prejuízos estimado em R$ 423,8 milhões para a agricultura. É o que revela um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). O estudo mostra que o setor agrícola é o mais impactado, seguido pela pecuária, com perdas de R$ 83 milhões, e pela indústria, registrando prejuízos na ordem de R$ 57,3 milhões. Esses números, no entanto, referem-se apenas a 25 municípios que conseguiram cadastrar informações no sistema do Ministério da Integração.

A CNM alerta que esses valores podem crescer exponencialmente à medida que as águas baixarem e os gestores locais conseguirem contabilizar os danos de forma mais precisa. Enquanto os esforços continuam voltados para preservar vidas e mitigar os impactos imediatos das enchentes, a expectativa é de que os prejuízos totais superem as atuais projeções.

Os números preocupam o produtor que terá que lidar com as repercussões do clima em suas plantações. Romário Alves, CEO e fundador da Sonhagro, empresa que se dedica a ajudar produtores a obter benefícios diante das perdas, destaca a importância de estar preparado para enfrentar tais desafios. “Agricultura é uma atividade cheia de riscos e mesmo que se tome todos os cuidados necessários, as condições climáticas podem resultar em grandes prejuízos”, afirma Alves. Ele enfatiza, a importância de os produtores estarem conscientes de seus direitos e saberem como documentar os danos provocados por eventos climáticos extremos.

Como comprovar os prejuízos

Segundo o especialista, para obter o benefício de frustração de safra relacionado ao crédito rural, o produtor precisa seguir uma série de procedimentos que comprovem tanto a causa quanto as perdas da colheita. Entre as medidas recomendadas estão a confirmação da razão da frustração da safra, que inclui a coleta de materiais publicados em notícias sobre problemas climáticos na região, além dos decretos de calamidade eventualmente emitidos pelo Poder Executivo Municipal.

Outro ponto relevante é a comprovação das perdas da safra. Alves propõe diversas ações, como capturar fotos e vídeos diários da propriedade rural e da plantação, requisitar imagens de satélite que evidenciem as áreas afetadas, elaborar laudos minuciosos sobre as perdas em conjunto com um responsável técnico, entre outras etapas.

“É importante que o produtor esteja bem documentado e acompanhe de perto todo o processo de comprovação das perdas”, destaca Alves. Ele ressalta a relevância de submeter as provas diretamente às instituições financeiras, acompanhadas de uma solicitação de prorrogação dos empréstimos rurais antes do vencimento, embasada em um plano de pagamento realista e na capacidade financeira do produtor.

ATUALIZAÇÃO: A Confederação Nacional de Municípios (CNM) acompanha com muita tristeza a tragédia enfrentada pela população do Rio Grande do Sul e lamenta profundamente que os municípios de todo o Brasil sofram cotidianamente com desastres de toda natureza que levam a perdas de vidas, moradias, comércio local, indústria, agricultura, entre outros danos irreparáveis. Destaca-se que apenas entre os dias 29 abril e o último domingo, 05 de maio, as tempestades que estão assolando o Rio Grande do Sul já causaram mais de R$ 559,8 milhões em prejuízos financeiros. Esse montante, porém, se refere apenas aos danos já levantados e disponibilizados por 19 municípios dentre os 170 que registraram seus decretos no sistema de Defesa Civil Nacional; sendo que já são mais de 330 cidades afetadas, segundo as autoridades locais. Ou seja, os danos serão infinitamente superiores aos já apontados.

*atualização em 08/05 (12h25)

Foto: Ricardo Stuckert / Secom / PR

Chuvas no RS: boletins agrometeorológicos fornecem dados precisos aos produtores

Chuvas torrenciais no Rio Grande do Sul. Estiagem em áreas do Nordeste. O Brasil sofre com as alterações climáticas e essa oscilação é global. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a temperatura do continente apresentou, nos últimos 30 anos, um aumento de 0,2ºC por década, a maior taxa já registrada. Com este desequilíbrio, a tendência de aquecimento e os impactos climáticos extremos se tornam cada vez mais perceptíveis, principalmente na América do Sul. Portanto, estar preparado para enfrentar essas mudanças será decisivo para os produtores rurais e para garantirem o abastecimento mundial de alimentos.

Para ajudar a classe produtora nesse desafio, a Lindsay América Latina, multinacional de soluções de irrigação por pivô, em parceria com a Metos, subsidiária brasileira da austríaca Pessl Instruments, pioneira em soluções de monitoramento e inteligência para o agronegócio, lançaram a Estação Lindsay. Por meio de boletins meteorológicos publicados duas vezes por semana no Facebook, no Instagram (@zimmaticbrasil), e via canal do WhatsApp , os agricultores passam a ter a previsão do tempo de 7 até 14 dias com dados de precipitação, umidade e temperaturas máximas e mínimas.

Além disso, nesses mesmos canais, há um resumo do cenário do agro para as regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul. “A grande diferença da nossa previsão é que esta é localizada. A estação faz um refinamento dos modelos matemáticos para dar uma informação mais assertiva”, destaca o engenheiro agrônomo Fábio Belezi, gerente comercial da Metos Brasil.

Segundo o especialista, o objetivo é fornecer dados de qualidade no momento certo, ou seja, possibilitar tomadas de decisões rápidas e assertivas no dia a dia do campo. “Com essas informações, os agricultores terão melhor gestão das janelas de plantio e colheita, mitigação de riscos climáticos, alertas de riscos de doenças e controle de pragas, além de uma significativa economia de recursos como água, insumos, energia e maquinários agrícolas”, disse.

Dados na mão, eficiência na irrigação

Entre as diversas informações importantes que os sensores da Metos oferecem, destaque para os dados de evapotranspiração. Este é um processo natural que ocorre na natureza, em que a água é evaporada da superfície do solo e das plantas através da transpiração. O processo auxilia na manutenção do ciclo hidrológico da terra e regula a temperatura do planeta.

Essa medida é muito importante para o gerenciamento de irrigação, pois a quantidade de água que as plantas consomem durante a transpiração é diretamente proporcional a sua qualidade e produtividade agrícola. Ou seja, com esses dados o produtor poderá realizar a irrigação de maneira mais sustentável e econômica. “Ter informações da evapotranspiração na prática significa saber o quando está se perdendo de água da planta e no solo. Para ele repor isso com o pivô, ele precisa dessa informação que só é possível com uma estação meteorológica, com sensores de alta qualidade e robustez”, destaca o especialista.

Com dados meteorológicos precisos em mãos, por meio dos boletins, somado às informações do solo e das plantas, o produtor terá uma gestão da irrigação muito mais eficiente e assertiva. Com a integração de tecnologias com o FieldNET Advisor, solução da Lindsay, empresa representada também pela marca Zimmatic™, além do uso racional da água a plataforma ajuda com a economia de energia e ainda pode evitar desperdício de insumo, como os fertilizantes e os defensivos.

A ferramenta fornece dados simplificados para o manejo do irrigante com grande assertividade. O funcionamento é simples: basta o produtor inserir a cultura e suas características, o tipo de solo e as datas de plantio e o programa combina automaticamente esses dados com informações meteorológicas precisas e dados históricos de irrigação do campo.

Em seguida, por meio de modelagem, ele monitorará o crescimento da lavoura e a profundidade das raízes para verificar a quantidade de água disponível no solo para a cultura e prever assim as necessidades futuras de água, a quantidade e o momento ideal para a irrigação, visando atingir a máxima produtividade.