La Niña deve mudar os ventos do mercado no Brasil?

As chuvas voltaram com regularidade no Brasil. No Centro-Oeste, o clima favoreceu as pastagens e as lavouras de milho. Um alívio para quem teve uma safra verão conturbada, com preços em queda, “replantio” e ciclo pecuário em baixa.

No entanto, houve um período de seca forte, no final de março, em algumas regiões importantes para a agricultura, como Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Segundo avaliação da Consultoria Agromove, já é possível prever um potencial impacto negativo na produtividade das culturas. Apesar dessa perspectiva, o segundo semestre mostra mudanças em diversos segmentos no setor agropecuário – os novos rumos do mercado.

Apesar do milho no mercado físico estar apresentando queda nas cotações, os mapas climáticos apontam risco de falta de chuvas no Centro Oeste durante a fase de florescimento das lavouras. Esta é a fase de maior risco para a produção, pois é onde há a formação dos grãos nas espigas. Uma falta de chuvas nesta fase atingindo a maior região produtora da safrinha no país, pode trazer quebras significativas de produtividade.

“As estimativas de produção e estoques globais de soja e milho ainda estão em níveis elevados. No entanto, a redução na produção brasileira de milho e os riscos climáticos podem gerar estresse adicional no mercado. Algumas estratégias adotadas como compra de futuros para aproveitar possíveis movimentos de alta nos preços, especialmente considerando a incerteza em relação ao clima, são importantes nesse momento”, pontua o engenheiro agrônomo Alberto Pessina, da Consultoria Agromove,

Para a soja temos um mercado ofertado e uma estimativa de aumento na área de soja plantada nos EUA. No entanto, as cotações têm apresentado ligeira alta nas últimas semanas, devido a alguns fatores como: redução na produção de óleo de dendê que é um substituto do óleo de soja, auxiliando na correção dos preços; maior volatilidade cambial causada por aumento nos riscos geopolíticos, uma expectativa mais lenta para a queda nas taxas de juros americanos e riscos de não cumprimento das metas fiscais pelo atual governo. “Este aumento de volatilidade cambial, traz oportunidades para fixar um câmbio elevado para quem irá vender a soja em dólar em 2025”, alerta Pessina.

Foto: Fazenda Santa Eliza

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