Índice de Confiança Empresarial sobe 2,2 pontos em agosto, diz FGV

com informações da Agência Brasil

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) avançou 2,2 pontos em agosto e alcançou 100,7 pontos. É o maior patamar desde agosto de 2021, quando ficou em 102,5 pontos. É o quinto mês consecutivo que o indicador mantém a tendência ascendente em médias móveis trimestrais.

Segundo o instituto, a melhora das percepções sobre a situação presente e das expectativas para os próximos meses influenciou a alta da confiança empresarial. O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) cresceu 1 ponto, chegando a 101,3 pontos – no maior nível desde setembro de 2013, quando atingiu 101,5 pontos –  último mês de alta antes do início da recessão de 2014-2016. O Índice de Expectativas (IE-E) também aumentou em agosto. A alta atingiu 1,5 ponto, passando para 99,1 pontos, recuperando 71% da queda do mês passado..

ICE

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE: indústria, serviços, comércio e construção. De acordo com o indicador, a confiança aumentou, em agosto, em quase todos os setores que integram o ICE. A exceção ficou com o setor de serviços, que recuou ligeiramente após cinco meses em alta. “Neste setor, a piora da confiança ocorreu pela piora das avaliações presentes, enquanto as expectativas futuras continuaram melhorando”, diz o documento.

Para o superintendente de Estatísticas do FGV Ibre, Aloisio Campelo Jr., com a alta em agosto, a confiança empresarial retoma a trajetória ascendente iniciada em março passado. “Pela primeira vez, desde o início da pandemia, o nível da confiança dos quatro grandes setores acompanhados se aproxima, sinalizando uma saudável normalização das atividades, após uma crise que afetou de forma bastante heterogênea os diferentes segmentos econômicos. A melhora das expectativas no mês não chegou a compensar a piora do mês anterior. Com isso, o IE se mantém abaixo dos 100 pontos, com otimismo no horizonte de três meses e pessimismo seis meses à frente”, afirmou Campelo.

Foto: David McBee / Pexels.com

IBGE: desemprego segue em queda e fecha trimestre em 9,1%

com informações da Agência Brasil

A taxa de desocupação caiu para 9,1% no trimestre encerrado em julho, o que representa uma queda de 1,4 ponto percentual na comparação com o trimestre terminado em abril. O índice se igualou com o menor da série desde dezembro de 2015. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O contingente de pessoas ocupadas chegou a 98,7 milhões, um recorde na série histórica, iniciada em 2012. Porém, o nível de ocupação, que indica o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, caiu 1,1 ponto percentual, para 57%, na comparação trimestral. Em relação ao trimestre encerrado em julho de 2021, a queda foi de 4,1 pontos percentual.

A coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios, Adriana Beringuy, explica que a queda no desemprego foi influenciada pelas atividades de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, que registrou acréscimo de 692 mil pessoas (3,7%) na comparação trimestral. E o setor administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais subiu 3,9%, com mais 648 mil pessoas.

“Essas duas atividades, de fato, foram destaques, mas cabe ressaltar que nenhum grupo de atividade econômica apresentou perda de ocupação. Ou seja, todos os setores adicionaram pessoas ao mercado de trabalho”, diz a coordenadora.

No confronto anual, apenas o setor de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura não aumentou o número de pessoas ocupada.

Trabalhadores sem carteira

De acordo com o IBGE, o número de empregados sem carteira assinada no setor privado bateu recorde da série histórica com o aumento de 4,8% em relação ao trimestre encerrado em abril, chegando a 13,1 milhões de pessoas.

Por outro lado, a taxa de informalidade teve leve redução, ficando em 39,8% da população ocupada, com 39,3 milhões de pessoas, contra 40% no trimestre anterior. A população fora da força de trabalho ficou estável em julho, com 64,7 milhões de pessoas.

Já a população que está desalentada, ou seja, que não está ocupada nem procurando trabalho, caiu 5% no trimestre e chegou a 4,2 milhões de pessoas. Na comparação anual, a queda chegou a 19,8%, o que representa menos 1 milhão de pessoas. O percentual de desalentados correspondeu a 3,7% da força de trabalho no trimestre encerrado em julho.

O IBGE destaca que o acréscimo de pessoas no mercado de trabalho foi disseminado entre as categorias de emprego. O número de trabalhadores domésticos subiu 4,4% frente ao trimestre anterior e registrou 5,9 milhões de pessoas. O número de empregadores chegou a 4,3 milhões de pessoas, aumento de 3,9%.

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado subiu 1,6% no trimestre e ficou em 35,8 milhões de pessoas. Já a quantidade de trabalhadores por conta própria foi de 25,9 milhões de pessoas, o que significa um crescimento de 1,3%. Os empregados no setor público somaram 12 milhões no período analisado, um aumento de 4,7% no trimestre.

Rendimento médio volta a crescer

Depois de dois anos estagnado ou em queda, o rendimento real habitual voltou a crescer e chegou a R$ 2.693 no trimestre encerrado em julho. Adriana Beringuy explica que o aumento foi de 2,9% em relação ao trimestre anterior, embora 2,9% menor que no mesmo período de 2021. “A última vez que houve crescimento significativo foi há exatos 2 anos, no trimestre encerrado em julho de 2020”, lembra.

Os dados da Pnad Contínua indicam que o aumento no rendimento foi puxado pelos empregadores, que tiveram incremento de 6,1%, ou mais R$ 369; dos militares e funcionário público estatutário, com aumento de 3,8%, ou mais R$ 176; e dos trabalhadores por conta própria, cujos rendimentos subiram 3% ou R$ 63.

A massa de rendimento real habitual foi R$ 260,7 bilhões, um aumento de 5,3% frente ao trimestre encerrado em abril e de 6,1% na comparação com o trimestre encerrado em julho de 2021.

Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

Plano ABC+ entra em vigor em setembro e vai reduzir emissão de carbono

com informações da Agência Brasil

Começará a vigorar – a partir de 1º de setembro – o Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (ABC+) para o período 2020-2030.

A portaria que detalha a política setorial – criada para reduzir emissões de carbono pelo setor agropecuário brasileiro por meio de incentivos e fomentos a tecnologias ambientais – foi publicada no Diário Oficial da União pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Segundo o ministério, o plano ABC+ tem como meta “promover a adaptação à mudança do clima e o controle das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na agropecuária brasileira, com aumento da eficiência e resiliência dos sistemas produtivos, considerando uma gestão integrada da paisagem rural”.

Metas

Entre as metas projetadas até o ano de 2030 está a de ampliar, em 30 milhões de hectares, as áreas destinadas à adoção de práticas para recuperação de pastagens degradadas; em 12,58 milhões de hectares as áreas voltadas à adoção de sistemas de plantio direto; e em 10,10 milhões de hectares as áreas com adoção de sistemas de integração.

O governo prevê, também a ampliação, em quatro milhões de hectares, da área a ser destinada à adoção de florestas plantadas; em 13 milhões de hectares a área com adoção de bioinsumos; em três milhões de hectares, a região com adoção de sistemas irrigados; em 208,40 milhões de metros cúbicos a adoção de manejo de resíduos da produção animal; e em cinco milhões os bovinos em terminação intensiva.

Ao “estimular a adoção de sistemas, práticas, produtos e processos de produção sustentáveis”, o plano ABC+ pretende diminuir vulnerabilidades e aumentar a resiliência dos sistemas de produção agropecuários, conservando recursos naturais e aumentando a biodiversidade e a estabilidade climática dos sistemas produtivos.

Peletização de ração: o papel de lubrificantes de grau alimentício

O processo de peletização, no qual os farelos são transformados em grânulos após serem submetidos a tratamentos térmicos, é extremamente importante para auxiliar na qualidade nutricional do alimento, reduzindo os microrganismos da ração e ajudando a manter a saúde do rebanho.

O processamento inadequado dos farelos pode prejudicar o animal, impossibilitando sua digestibilidade e perdendo os valores nutricionais essenciais para seu desenvolvimento. Além da escolha dos produtos de qualidade, o processo é de extrema importância, seja o vapor e o resfriamento, seja na eficiência das máquinas e, também, na utilização de um lubrificante de grau alimentício, que não contamina a ração.

Os lubrificantes de grau alimentício são aqueles utilizados no processamento de alimentos que usam equipamentos e máquinas com partes móveis e lubrificadas. Os produtos precisam ter um registro específico para garantir a segurança e a qualidade dos alimentos.

“Os lubrificantes de grau alimentício são produtos que podem entrar em contato com a produção, sem oferecer risco perigoso de contaminação cruzada. O uso de produtos não permitidos pode acarretar recalls de lotes, perdas financeiras e prejuízos para a imagem da marca”, explica Luiz Maldonado, CEO da Lubvap Lubrificantes Especiais.

Além de garantir a qualidade da ração e evitar que os animais sejam afetados pelo uso de produtos tóxicos para a saúde, os lubrificantes de grau alimentício ajudam no bom funcionamento dos equipamentos, já que são compostos por pequenas engrenagens capazes de comprimir os farelos.

“Somente lubrificantes de alta performance são capazes de diminuir as falhas dos rolamentos e dos rolos de pressão, diminuindo as avarias nos equipamentos e aumentando a produção. A lubrificação correta gera economia na troca de peças e aumenta a capacidade produtiva do equipamento”, completa Luiz, que atende a Indústria em todo o Brasil e América Sul.

É preciso ficar atento ao registro dos lubrificantes para assegurar que o produto tenha a especificação correta dos rigorosos padrões de segurança alimentar, além da demanda de produtividade e do funcionamento dos equipamentos. “Todos os lubrificantes de grau alimentício possuem um registro, que é um pré-requisito para que o produto seja comercializado com revisão de acordo com os critérios apropriados. Os produtos devem ter os certificados NSF na categoria H1 e seguir as especificações e recomendações da FDA e ISO 21.469”, explica o especialista.

As regulações sinalizam que esses lubrificantes, além de evitar a corrosão, desgaste e acúmulo de calor, também vão resistir ao crescimento microbiano, resistir à degradação por ação dos ingredientes dos alimentos e ser inodoros, sem sabor e quimicamente inativos.

Foto: Jayme Vasconcellos / Agricultura e Negócios

Movimentação de cargas cresce 2,3% no trimestre no Porto de Santos

com informações da Agência Brasil

A movimentação de cargas no Porto de Santos cresceu 2,3% no segundo trimestre deste ano, alcançando 42 milhões de toneladas, informou a Santos Port Authority (SPA), estatal que administra o maior porto do país. A comparação é com o mesmo período do ano passado.

Segundo a estatal, todos os indicadores financeiros de produtividade avançaram no segundo semestre e são, segundo ela, “fruto da revisão e modernização dos processos e da cultura de eficiência e austeridade implantada na companhia”.

Em relação aos contêineres, onde são transportadas as cargas de maior valor agregado, o aumento de movimentação foi de 3,3%, somando 1,2 milhão de TEU (unidade padrão de um contêiner de 20 pés).

O lucro líquido trimestral foi recorde, totalizando R$ 144,8 milhões, o valor representou alta de 46,4% sobre o segundo trimestre de 2021.

Foto: Ricardo Botelho / MInfra

IBGE estima safra recorde de 263,4 milhões de toneladas em 2022

com informações da Agência Brasil

A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar recorde de 263,4 milhões de toneladas. A estimativa é 4% maior (ou 10,2 milhões de toneladas) que a safra de 2021 (253,2 milhões de toneladas) e 0,8% acima (2 milhões de toneladas) do que foi estimado em junho.

A estimativa de julho do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o gerente da pesquisa, Carlos Barradas, esse crescimento se deve ao aumento do plantio e dos investimentos dos produtores que estão ampliando a área de cultivo de grãos em 6,4% para 73 milhões de hectares, acréscimo de 4,4 milhões de hectares em relação da 2021 (68,6 milhões de hectares).

“Os produtores plantaram mais porque os preços internacionais estão muito elevados, sobretudo o do trigo, por conta da guerra da Rússia e a Ucrânia, grandes produtores e exportadores de trigo”, disse, em nota, Carlos Barradas.

O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos da pesquisa. Somados, eles representam 91,4% da estimativa da produção e respondem por 87,1% da área a ser colhida.

De acordo com o IBGE, em relação ao ano anterior, houve acréscimos de 9,7% na área plantada de milho (aumento de 7,7% na primeira safra e de 10,4% na segunda safra), de 18,1% na de algodão herbáceo (em caroço), de 4,6% na área de plantio da soja e de 8,6% na do trigo; ocorrendo declínio de 2,7% na área do arroz.

Soja

Principal commodity do país, a estimativa para soja teve alta de 0,7%, em relação ao mês anterior, sendo o segundo produto responsável, com 814 mil toneladas, pelo crescimento de 2 milhões de toneladas de grãos em julho, depois do trigo que atingiu 820 mil toneladas.

Segundo o pesquisador, houve reavaliações importantes em estados como Mato Grosso, principal produtor com 38 milhões de toneladas, que aumentou o rendimento médio em 1,5% na comparação com a estimativa de junho.

O Rio Grande do Sul também aumentou o rendimento e estimativa em 1,8% em relação ao mês anterior. Com isso, a soja deve alcançar uma produção nacional de 118,8 milhões de toneladas ante 118 milhões estimados em junho.

Entretanto, esse volume representa retração de 12% em comparação à safra obtida no ano anterior, com declínio de 15,9% no rendimento médio. Barradas explicou que, embora tenha havido aumento de área de plantio da soja, a ocorrência de uma estiagem prolongada durante o desenvolvimento da cultura em alguns estados produtores, sobretudo no Centro-sul do país, foi responsável por essa queda anual

A área colhida foi estimada em 40,8 milhões de hectares, aumento de 4,6% na comparação com 2021, e de 0,2% em relação ao estimado no mês anterior. A participação da soja no volume total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no país, em 2022, foi de 45,1% permanecendo como o grão de maior peso no grupo.

Outro aspecto destacado por Barradas é que as produções de arroz (10,6 milhões de toneladas) e de feijão (3,1 milhões de toneladas) devem atender o consumo interno do país em 2022. O Brasil não é importador dos dois produtos, mas já houve necessidade de importações.

Regiões

Em julho, a estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas teve alta na comparação com 2021 em quatro regiões: Centro-Oeste (11,9%), Sudeste (13,0%), Norte (8,7%) e Nordeste (10,6%).

O levantamento indica que somente a Região Sul teve estimativa negativa (-13,5%). Quanto à variação mensal, apresentaram aumento a Região Centro-Oeste (1,1%), a Norte (3,0%) e a Sul (0,6%), e declínio no Nordeste (-0,3%) e Sudeste (-0,2%).

Entre as unidades da federação, Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos (30,6%), seguido pelo Paraná (13,4%), Goiás (10,5%), Rio Grande do Sul (9,7%), Mato Grosso do Sul (8,1%) e Minas Gerais (6,7%) que, somados, representaram 79% do total nacional.

“A pandemia fez com que os preços aumentassem, porque, em casa, as pessoas passaram a consumir mais, sem falar que o milho e a soja são usados na produção de proteína animal. A partir disso, o produtor passou a plantar mais porque a sua rentabilidade é maior. Nos últimos anos, devido ao aumento da área plantada e da produtividade, a agricultura brasileira vem produzindo recordes sobre recordes”, concluiu o gerente da pesquisa.

Conab estima safra de grãos em 271,4 milhões de toneladas em 2021/22

com informações da Agência Brasil

A produção de grãos brasileira deverá ficar em 271,447 milhões de toneladas, segundo o 11º Levantamento da Safra de Grãos divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se o resultado da temporada 2021/22 se confirmar, representará um crescimento de 15,9 milhões de toneladas (ou 6,2%) na comparação com a colheita registrada na safra 2020/21.

“Com relação às culturas de primeira safra, com exceção do milho, todas [as safras] já estão colhidas. As culturas de segunda safra estão com colheitas bastante adiantadas, e as de terceira safra, bem como as culturas de inverno, estão próximas da conclusão de plantio”, disse o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, ao anunciar os números.

Segundo ele, a cultura de inverno deve ter plantio concluído na primeira quinzena de agosto. “Para o trigo, a principal cultura, estima-se uma produção recorde de 9,2 milhões de toneladas”, acrescentou.

Milho: recorde

De acordo com a Conab, a colheita de milho deve chegar a 87,4 milhões de toneladas na safra 2021/22, das quais 25 milhões de toneladas são da primeira safra. “A colheita do milho segunda safra segue avançando e ultrapassa 79% da área plantada”, detalha a Conab.

“Se confirmado o volume estimado para a segunda safra de milho, o valor representa a maior produção registrada na série histórica”, complementa ao informar que a projeção já considera a redução de produtividade, na comparação com o levantamento anterior.

Essa redução de área tem como causa a falta de chuva e ataques de pragas em “importantes regiões produtoras”, em especial no Paraná. “Em relação ao ciclo anterior, o aumento na produção chega a 44%”, informa o levantamento.

Soja e arroz

As projeções para a primeira safra de soja estima uma produção de 124 milhões de toneladas, enquanto a de arroz está estimada em 10,8 milhões de toneladas.

“O resultado da oleaginosa [soja] é reflexo da severa estiagem ocorrida no final de 2021 no Sul do país e em parte de Mato Grosso do Sul. O clima também influenciou a produtividade do arroz, que, aliado a uma menor área plantada, teve a colheita reduzida em 8,4% em relação à safra passada”, explica a Conab.

Algodão

A companhia classifica como favoráveis as condições climáticas atuais para a produção de algodão, o que coloca a fibra entre os destaques do 11º levantamento. Com os trabalhos já finalizados em pelo menos 67% da área cultivada, a safra deste ano tem previsão de ser finalizada em setembro.

“Se por um lado o clima afetou a produtividade em algumas lavouras devido ao estresse hídrico, por outro, o tempo seco observado na maioria das regiões produtoras influenciou de maneira positiva a qualidade do produto final”, diz o levantamento. A expectativa é de que sejam colhidas 2,74 milhões de toneladas da pluma do algodão. O número é 16% maior do que o registrado na última safra.

Feijão e produtos de inverno

A segunda safra de feijão está, segundo a Conab, “praticamente finalizada, restando apenas alguns talhões que devem ser colhidos ainda na primeira quinzena de agosto”. A colheita final deverá ser de aproximadamente 1,36 milhão de toneladas (incremento de 19,5% na comparação com a safra anterior), apesar das oscilações climáticas registradas durante o ciclo.

“Houve redução na área plantada em comparação a 2020/21, especialmente em razão da grande concorrência com o cultivo de milho e trigo, cereais que expandiram suas áreas de abrangência neste ciclo”, informa a Conab.

O trigo teve destaque entre as culturas de inverno, devendo apresentar uma produção recorde de 9,2 milhões de toneladas. “Esse aumento esperado na produção de 19,3% é reflexo de uma maior área plantada, com crescimento expressivo no Rio Grande do Sul – chegando a 18% no estado gaúcho se comparado com a safra passada –, aliado a uma expectativa de aumento na produtividade”, diz o levantamento.

Mercado

Com relação ao mercado projetado para a produção brasileira, a Conab destaca novamente o trigo da safra 2021/2022 (ano comercial de agosto de 2021 a julho de 2022) encerrada com os estoques finais totalizados em 722,6 mil toneladas.

“Outros ajustes foram realizados nos dados de exportação e importação encerrados no último mês, sendo estimados em cerca de 6 milhões de toneladas e 3 milhões de toneladas, respectivamente. Para a safra que se inicia, a expectativa é de que o estoque finalize em 1,6 milhão de toneladas”, complementa a companhia.

A Conab alterou também o quadro de suprimento da soja. “Os estoques finais da oleaginosa foram ajustados para 7,66 milhões de toneladas, conforme indica a pesquisa de estoques divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse aumento dos estoques finais da safra 2020/21 também acarretou expectativa de um maior estoque de passagem na safra 2021/22, saindo de 4,65 milhões de toneladas para 5,98 milhões de toneladas”.

Outra expectativa revisada para cima foi a de exportações de óleo de soja, para 2,1 milhões de toneladas. A alteração decorre das “fortes vendas” para o mercado externo entre janeiro e julho deste ano; dos elevados preços internacionais; e das margens de esmagamentos positivas.

No caso do milho, houve um “pequeno ajuste no consumo interno”, na comparação com o último levantamento. Também mereceu destaque da Conab o aumento de 80,2% das exportações do grão, com estimativa de que 37,5 milhões de toneladas sejam exportados.

“Os estoques finais também tendem a aumentar em 25,3% na comparação com a safra anterior, o que indica a recomposição da disponibilidade interna do cereal ao fim do ano safra em curso”, complementa a Conab.

Com baixa disponibilidade de estoques do produto, as exportações de algodão apresentaram um “ritmo lento em julho deste ano”, mês em que 19,68 mil toneladas do produto foram embarcadas.

O volume é 68,63% menor que o mês de junho, e 66,2% menor que o mesmo período do ano passado. “A situação só deve mudar em outubro, quando a nova safra estará disponível para comercialização”, diz a Conab.