#oagroporelas: iniciativa fortalece campanha Maio Laranja contra o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes

Há 45 anos uma notícia abalou o Brasil, marcando o início da luta contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Araceli Crespo tinha oito anos quando foi sequestrada, violentada e assassinada em 1973. Em resposta a esta crueldade, foi criada a Lei Federal 9.970/2000, que instituiu o dia 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

A expressão Maio Laranja tem como inspiração a flor da variedade Gérbera, que possui várias tonalidades, incluindo o laranja, e simboliza a fragilidade de uma criança.

Apesar da instituição da data, de campanhas e iniciativas para o combate da violência sexual, os dados atuais são cada vez mais assustadores: a cada uma hora, três crianças ou adolescentes são abusadas sexualmente no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. 

Além disso, dois terços dos episódios de abuso registrados em 2018 ocorreram dentro de casa. Em 25% dos casos, os abusadores eram amigos ou conhecidos da vítima, em 23%, o pai ou padrasto.

Foi através da análise destes dados absurdamente alarmantes, que um grupo representado por mulheres do agronegócio resolveu encabeçar uma campanha para reforçar o já existente Maio Laranja e criou #oagroporelas, uma hashtag que tem o intuito de fortalecer e aumentar o alcance, incentivando as pessoas a não se calarem e denunciarem qualquer tipo de abuso sexual presenciado contra crianças e adolescentes.

Ticiane Figueirêdo, Sarita Rodas, Mariely Biff, Lilian Munhoz, Noelle Foletto, Alessandra Decicino, Andréa Cordeiro, Saile Farias, Sônia Bonato e Roberta Páffaro dão o pontapé inicial nesta campanha. Cada uma delas já gravou e postou em suas redes sociais um vídeo falando sobre a importância de denunciar casos de abuso e, agora, convidam as mulheres de todo o país a também gravarem seus vídeos para aumentar essa corrente pela conscientização. Os homens também podem participar.

Segundo elas, a violência e o abuso não escolhem idade, nem condição financeira. Por isso, é muito importante fazer com que vozes femininas cheguem cada vez mais longe e encorajem cada vez mais mulheres para que a violência não seja tolerada sob nenhuma condição, principalmente de maneira velada, como acontece em muitos casos.

E elas deixam um convite a todas e todos que quiserem aumentar e fortalecer esta campanha pelas nossas crianças do Brasil: gravem seus vídeos e utilizem a #oagroporelas – e qualquer indício de abuso ou exploração, denuncie. Disque 100.

O texto da campanha #oagroporelas é o seguinte (com adaptação dos nomes): “Meu nome é “Fabiana Sousa”, tenho 30 anos, mas poderia ser a Joana de 13 ou a Patrícia de 8, que foram vítimas de violência sexual. Estou aqui hoje para pedir que você não se cale, por elas, por mim, por nós! #OAgroPorElas é uma Campanha conscientização e prevenção contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Não se cale! Denuncie e disque 100!”

Campanha #oagroporelas

Covid-19: relatório da FAO alerta para o impacto do novo coronavírus na segurança alimentar

A pandemia causada pelo COVID-19 afetará no aumento da fome e da pobreza nos países da Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (CELAC), de acordo com um relatório da FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (Food and Agriculture Organization, em Inglês). O documento, desenvolvido a pedido da Presidência Pro Tempore do México ante a CELAC, detalha uma série de recomendações para enfrentar a crise.

“É fundamental que os governos declarem a alimentação e a agricultura como atividades estratégicas de interesse público nacional, com o apoio de todos os órgãos do Estado e da população. Manter o sistema alimentar vivo é essencial, para que a crise da saúde não se transforme em crise alimentar”, explicou Julio Berdegue, Representante Regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

O relatório considera que os problemas que atingem a região e, em particular, essa emergência de saúde, não conhecem fronteiras e, portanto, devem ser enfrentados juntos, como apontou o Ministro das Relações Exteriores Marcelo Ebrard: “Nenhum país na América Latina e o Caribe está sozinho na luta contra o Covid-19 pelo simples fato de fazer parte da CELAC ”.

“O México, em seus esforços para renovar a CELAC, como o único mecanismo de coordenação que integra exclusivamente os países da América Latina e do Caribe, procurou gerar essa importante aliança com a FAO para fornecer ferramentas aos Estados membros com o objetivo de reduzir os efeitos da pandemia na alimentação ”, afirmou Efraín Guadarrama Pérez, Coordenador Nacional do México na CELAC. 

O relatório da FAO também recomenda que a CELAC reative seu Plano de Segurança Alimentar e Nutricional (Plano SAN CELAC), adaptando-o ao novo contexto e que fortaleça acordos políticos para impulsionar o comércio de alimentos entre os países da CELAC.

Impacto na segurança alimentar

Segundo a FAO, a América Latina e o Caribe e os mercados internacionais têm reservas suficientes para alimentar adequadamente seus habitantes nos próximos meses.

O relatório indica que o principal desafio no curto prazo é garantir o acesso aos alimentos para a população que está cumprindo com as medidas de segurança sanitária, principalmente para aqueles que perderam sua fonte de renda.

A FAO ressalta que a região viu sua segurança alimentar piorar nos últimos anos e que a pandemia pode afetar de maneira especialmente severa os países que já apresentam uma condição de insegurança alimentar.

 Medidas para enfrentar a crise

Para enfrentar a redução da capacidade de compra para acessar alimentos, a FAO recomenda o fortalecimento de programas de apoio nutricional para mães em idade fértil e menores de cinco anos, garantindo alimentação escolar, expandindo programas de proteção social e promovendo hábitos alimentares de consumo saudável.

Para garantir a oferta de alimentos, a FAO recomenda facilitar o transporte e o acesso econômico a insumos produtivos (sementes, fertilizantes, alimentos para animais etc.), máquinas e infraestrutura.

Para manter a disponibilidade de alimentos básicos, é essencial manter o funcionamento das operações agrícolas, com atenção especial à agricultura familiar, mas sem excluir as maiores.

Apoiar o transporte, processamento e embalagem de produtos agrícolas e de pesca, resolver problemas logísticos das cadeias de valor alimentar e garantir a operação de pontos de venda de varejo, mercados e supermercados são medidas essenciais para manter vivo o sistema alimentar regional.

O relatório da FAO para a CELAC destaca a importância de que os países desenvolvam políticas comerciais e fiscais que mantenham o comércio mundial aberto, para evitar mudanças nos preços domésticos ou reduções na oferta de alimentos.

Planejar a recuperação 

Segundo a FAO, a região deve definir o quanto antes estratégias para o período pós-COVID-19, que permitam a retomada do caminho do crescimento sustentável e inclusivo. 

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Covid-19: laboratórios do Ministério da Agricultura serão usados para analisar testes do novo coronavírus

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai disponibilizar a capacidade instalada, infraestrutura e equipes técnicas da rede de laboratórios vinculados para ajudar na análise de testes do Coronavírus. 

Serão disponibilizados 84 laboratórios das redes da Embrapa, dos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDAs) e da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac), com 89 equipamentos do tipo RT-PCR em operação e capacidade de análise de mais de 76 mil amostras por dia. Essa é a técnica de referência para detecção do novo coronavírus.

Os laboratórios da rede do Mapa estão em 42 instalações localizadas em 19 estados e 27 cidades. Os equipamentos deverão ser realocados com base na demanda estratégica do Ministério da Saúde.

Também há um total de 108 profissionais qualificados para operar equipamentos e ensaios, que poderão ser alocados conforme a necessidade. 

“Essa estratégia propõe uma aliança do agronegócio contra o Covid-19 sob a curadoria do Mapa, em parceria com o Ministério da Saúde, que disponibiliza de forma rápida e ordenada alta quantidade e qualidade de recursos materiais, humanos e estruturais para reduzir a evolução da prevalência do coronavírus no Brasil”, explica a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

Segurança

Do total de laboratórios, 62 têm nível de biossegurança NB1, que não podem fazer a manipulação de material biológico. Neste caso, os equipamentos podem ser emprestados para outros laboratórios ou eles podem receber as amostras prontas para análise.

Outros 18 laboratórios possuem nível de biossegurança NB2, que podem ser cedidos para a rede de saúde para operar os ensaios.

Quatro laboratórios têm nível máximo de biossegurança NB3, sendo que três têm condições de operar em nível 4 de segurança biológica, com o uso de escafandro, e dois deles (Campinas-SP e Pedro Leopoldo-MG) têm estrutura robotizada para o preparo das amostras e a realização dos ensaios. Eles podem ser disponibilizados para apoiar a rede de saúde a manusear o vírus ou para atividades que requerem a máxima proteção do operador, e para criação de centrais de preparo de amostras em grade escala.

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